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Ciao Umberto

17 de março de 2016 - Por Comunità Italiana
Ciao Umberto

Ciao UmbertoAutoridades, artistas e milhares de populares dão o último adeus a um dos mais importantes intelectuais italianos da história

O castelo Sforzesco, no centro de Milão, paisagem frontal das janelas do apartamento de Umberto Eco, foi o lugar escolhido pela família do escritor para a celebração pública e laica, laic, lai… — o Eco é obrigatório, distante como ele era dos dogmas da Igreja Católica e de qualquer outro credo que não fosse aquele do saber, como revela o labirinto com 30 mil livros espalhados em prateleiras dentro de casa e organizados com grande atenção. Há uma estante apenas para as traduções de O Nome da Rosa e um pedestal de vidro para um pequeno livro escrito no século XIV.  Mesmo assim, o funeral de Umberto Eco, este ilustre ateu, por absoluta falta de provas sobre a vida depois da morte, não intimidou a presença de freiras e padres que compareceram à cerimônia de adeus, certamente, fiéis leitores, além de ministros, reitores e editores e artistas. Eles se misturaram aos milhares de pessoas comuns que compareceram à construção medieval e símbolo da cidade, para a despedida do último e maior intelectual italiano. As muralhas da Idade Média, época tão estudada e passada a limpo por Umberto Eco, envolveram os fãs como um abraço, numa tarde ensolarada de inverno com ares de primavera. Tudo ocorreu dentro do pátio interno La Rocchetta, ao som das notas musicais de La Follia, de Marin Marais, executadas com um clavicembalo, instrumento que Umberto Eco dominava, assim como a flauta doce.
— Ele me abriu a mente, permitiu que eu me formasse culturalmente, dentro dos meus limites, alargou o meu modo de ver o panorama, a sociedade, da política e da palavra, principalmente, pois Umberto Eco era um verdadeiro mestre nisso — comenta à Comunità o aposentado Giorgio Corona, na fila para celebrar o seu mentor intelectual.
Muitos traziam pequenos cartazes, a maioria com um simples grazie prof, (obrigado professor), título pelo qual ele mais gostava de ser chamado. Os seus leitores, de todas as idades, chegavam compostos, serenos e com a certeza de que o vazio de sua presença vai ser ocupado pelo valor e pela leitura das obras. Ali dentro, a família do escritor nascido em Alessandria, no Piemonte, continuava a seguir o rito depois de três dias de velório doméstico, iniciado na noite de 19 de fevereiro, uma sexta-feira, quando ele morreu em casa, depois de dois anos de luta contra um câncer. A mulher Renate, os filhos Stefano e Carlotta, e os três netos recebiam, com um discreto sorriso, as condolescências da multidão silenciosa que veio para saudá-lo antes da cremação privada. O mestre de cerimônia foi o histórico editor do filósofo, Mario Andreose, a quem coube organizar os discursos dos presentes, como os do prefeito de Milão, Giuseppe Pisapia, da ministra da Educação, Stefania Giannini, e do ator Moni Ovadia. Mas coube ao neto Emmanuele, de 15 anos, em uma carta aberta, dar a essência do vovô Umberto Eco, que costumava levá-lo para passear no ossário da Igreja, diante de esqueletos e crânios das vítimas da peste negra e da decapitação dos inquisidores.
“Muitas vezes me perguntaram como eu me sentia sendo neto de um avô assim. Eu comecei a refletir sobre isso desde a sua ausência. Gostaria de fazer uma lista, daquelas que você gostava tanto. Obrigado pelas histórias que você me contou, as palavras cruzadas que fizemos juntos, as músicas que você me fez ouvir e pelas viagens que fizemos, eu e você, sozinhos. Tê-lo como avô me encheu de orgulho”.
As palavras voavam ao vento, enquanto a fila para entrar no castelo caminhava lentamente, tempo suficiente para ler ou reler uma página de O Nome da Rosa, seu romance mais famoso, ou de O Pêndulo de Foucault, ou ainda o Tratado Geral de Semiótica, no qual decifrou e deu ordem à ciência dos sinais. Entre uma publicação e outra, e antes e depois, deixou uma vastidão de textos adotados em universidades espalhadas pelos cinco continentes e um sem número de crônicas e editoriais para jornais e revistas. A sua produção acadêmica e literária era admirada no mundo inteiro. O empenho civil do escritor também vai fazer falta nos debates da atualidade.  Ele tinha sempre um lugar no palco reservado às Autoridades, com a vogal maiúscula, tal a sua grandeza, que, de uma maneira ou de outra, contribuíam para iluminar mentes e aquecer corações da sociedade.
 
Críticas à internet e aos meios de comunicação de massa marcaram suas últimas obras
Quando Umberto Eco discursava, falava, conversava, a platéia entrava em transe, numa espécie de hipnose intelectual. Malgrado a sua vontade, mas dotado de boas doses de ironia, o escritor, no papel de orador, encantava o público, a ponto de ser visto por tantos como um profeta. Não por acaso, foi o primeiro intelectual a imaginar a internet, alguns poucos anos antes do nascimento da própria, intuitivo e estudioso que era da comunicação de massa. No mundo dos mass media, logo percebeu o que viria pela frente, visionário e crítico como era. O destino permitiu que ele tivesse dado os primeiros passos profissionais, ainda muito jovem, na recém-nascida RAI, a rede de televisão pública italiana, em meados dos anos 1950. Esta experiência intensa num futuro mais do que presente o autorizou a escrever A Fenomenologia de Mike Buongiorno, um livro no qual explica a empatia do personagem televisivo com o telespectador, ligados entre si através da mediocridade de conteúdo como um reflexo direto do baixo nível do consumidor, uma equação ainda válida e atual, mais do que nunca. Nos últimos tempos, Umberto Eco criticava as redes sociais e a internet em geral por permitirem dar voz a uma “legião de imbecis”. A enxurrada de informações, ao final, torna impossível a separação do joio e do trigo. “Sem o filtro da cultura”, costumava dizer, “a internet é um monstro”.  Sobre o tema, foram publicadas e divulgadas muitas entrevistas do escritor, que imaginava um blecaute e a obrigação  da humanidade em buscar ajuda para a solução do grave problema com os poucos seres humanos que cultivavam a memória e, por isso mesmo, até aquele apagão geral, eram isolados e desprezados pela sociedade moderna.
O semiólogo era um poço sem fundo de cultura, um amante vertiginoso de qualquer coisa escrita. Ele costumava dizer que o capítulo de uma série televisiva era sempre igual àquele precedente, da semana anterior, enquanto que um livro, por pior que seja, é sempre único e diferente. Sua paixão pela literatura o levou a se tornar ainda um grande colecionador de livros antigos: era um bibliófilo de carteirinha, sócio-atleta de bibliotecas de meio mundo, como a de Alessandria, no Egito, do British Museum, em Londres, do Congresso, em Washington, para citar apenas algumas que visitava em suas viagens de trabalho ou lazer, quando não se refugiava na sua casa de campo, em Monte Ceregnone, na região de Marche. Mas comenta-se que o seu sonho secreto era escavar um túnel subterrâneo que o levasse de casa até o arquivo histórico civil da biblioteca de Trivulziana, nas catacumbas do castelo Sforzesco, bem em frente à sua varanda.

No segundo domingo de cada mês, sua presença era certa na feira do livro antigo de Milão
Ainda em Milão, a cada segundo domingo do mês, vasculhava a feirinha do livro antigo, na Piazza Diaz, ao lado das torres da catedral gótica do Duomo. E também à sombra da famosa igreja, frequentava uma das livrarias mais antigas da cidade, a Malavesi, como se estivesse em casa. Aqui, ele se perdia entre as prateleiras de um dos sebos mais importantes de toda a Itália e Europa.
— Como todo bibliófilo, tinha sempre um olhar atento a tudo aquilo que era raro. Uma vez me pediu para encontrar a primeira edição de Os Três Mosqueteiros, e ele a comprou. Depois, pediu o primeiro número do jornal infantil Corriere dei Piccoli, um caderno que vinha junto com o Corriere della Sera, que tinha sido a sua primeira leitura quando era criança e que também conseguimos encontrar — conta à Comunità Sergio Malavasi, coproprietário da homônima livraria e criador, junto com Umberto Eco, do site Maremagnum, especializado no comércio de livros antigos.
Além do amor pelos livros e pela cultura, Umberto Eco gostava de compartilhar e estar entre as pessoas. Era um colecionador atento e com interesses os mais variados. Sergio Malavesi revela que ele tinha o prazer de ter um belo livro nas mãos.
— Este era o verdadeiro motor de Umberto Eco: a sua paixão pelos livros. Era um grande burguês, com interesses a 360 graus. Não era um monomaníaco, porque os colecionadores modernos querem apenas um tema, sempre aquele, algo entre a obsessão e a morbosidade. Umberto Eco, não. Para ele, interessava um belo livro e, de certa maneira, é mais complexo, porque você tem que saber um pouco de tudo, mas, se existia um “sabe tudo”, este era ele. A coisa mais agradável da sua personalidade era a sua disponibilidade. Por ser um grande acadêmico, esperava-se que mantivesse uma certa distância, mas com as pessoas sempre se relacionou ao alcance de todos. Ele amava frequentar o clube de bibliófilos, o Aldus Club (associação internacional de bibliofilia), do qual era presidente honorário; era capaz de improvisar um discurso sobre qualquer livro de uma biblioteca a ser visitada com a mesma desenvoltura de quando cantava, de noite, no coro, junto com todos os outros — relata Malavasi, citando a generosidade do escritor que colaborou, sem cobrar nada, com um livro para os alunos pré-universitários da escola pública de Milão, em 2001, Del Furore di Possedere libri, editado pelo próprio Sergio Malavasi, com apenas dez mil cópias. No livro, Umberto Eco, junto com Giampiero Mughini e Giuseppe Pontiggia, escrevem pequenos textos para os futuros leitores sobre a importância de ler livros.
 
“Vai fazer muita falta”, comenta o livreiro do velho sebo da Piazza Diaz
O livreiro do velho sebo, na esquina da Piazza Diaz com as ruínas romanas também o via quase sempre.
— Ele vinha aqui, quando tinha as feiras mensais de livros antigos, sempre muito cortês, amável e curioso. Era muito importante para a nossa atividade uma coluna deste trabalho com os livros. Eu mesmo me interessei pelos livros depois de ter lido O Nome da Rosa. Umberto Eco vai fazer muita falta; era muito importante e livre, deixa um vazio colossal. Era um erudito absoluto, um ponto de referência para todos — diz Francesco, fã da obra O Pêndulo de Foucault.
Dois anos atrás, Umberto Eco embarcou na sua última aventura. Ele fundou a casa editora  La Nave di Teseu. Foi uma resposta ao monopólio instaurado no mercado italiano com o avanço da Mondadori, do seu arquirrival Silvio Berlusconi, ao comprar a Rizzoli.  Mesmo doente, e com os dias contados, não baixou a guarda pelo seu empenho civil. O lema da editora é “olhar para o futuro e também dar um futuro ao passado”, coisa que Umberto Eco fez bem. A ideia era lançar o primeiro livro de um autor estreante, mas a morte anunciada do escritor mudou os planos. O primeiro livro, Pape Satan Aleppe, crônicas de uma sociedade líquida, de Umberto Eco, foi lançado oito dias depois que ele deixou de existir. A publicação vendeu 75 mil cópias no primeiro dia. A obra reúne os textos de Eco da coluna Le Bustine di Minerva, escritos ao longo dos últimos 15 anos. Todo o material foi revisto pelo próprio escritor, preparando o leitor para o seu arrivederci, um testamento com o inventário de seis pensamentos sobre a atualidade para os leitores de hoje e de amanhã. Para cobrir o vazio que deixou, somente a leitura de suas obras.   

“Ele tinha o prazer de ter um belo livro nas maos: este era o verdadeiro motor de Umberto Eco. A coisa mais agradável da sua personalidade era a sua disponibilidade. Por ser um grande academico, esperava-se que mantivesse certa distancia, mas sempre se relacionou ao alcance de todos”

Sergio Malavasi, criador, junto com Umberto Eco, do site Maremagnum, especializado no comércio de livros antigos

A internet e o jornalismo
“As redes sociais deram o direito à palavra a legiões de imbecis que, antes, só falavam nos bares, após um copo de vinho, e não causavam nenhum mal para a coletividade. Nós os fazíamos calar imediatamente, enquanto hoje eles têm o mesmo direito de palavra do que um prêmio Nobel. É a invasão dos imbecis”
“A internet não seleciona a informação. Há de tudo por lá. A Wikipédia presta um desserviço ao internauta. Outro dia publicaram fofocas a meu respeito, e tive de intervir e corrigir os erros e absurdos. A internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia. A imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal. Quando não lembramos o que aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é selecionar”
“A internet pode ter tomado o lugar do mau jornalismo… Se você sabe que está lendo um jornal como El País, La Repubblica, Il Corriere della Sera…, pode pensar que existe um certo controle da notícia e confia. Por outro lado, se você lê um jornal como aqueles vespertinos ingleses, sensacionalistas, não confia. Com a internet acontece o contrário: confia em tudo porque não sabe diferenciar a fonte credenciada da disparatada. Basta pensar no sucesso que faz na internet qualquer página web que fale de complôs ou que invente histórias absurdas: tem um acompanhamento incrível, de internautas e de pessoas importantes que as levam a sério”
“O problema da internet é que produz muito ruído, pois há muita gente a falar ao mesmo tempo. Faz-me lembrar quando na ópera italiana é necessário imitar o ruído da multidão e o que todos pronunciam é a palavra ‘rabarbaro’. Porque imita esse som quando todos repetem ‘rabarbaro rabarbaro rabarbaro’, e o ruído crescente da informação faz correr o risco de se fazer ‘rabarbaro’ sobre os acontecimentos no mundo”
“Não pode se limitar apenas a falar do mundo, uma vez que disso a televisão já fala. Já disse: tem que opinar muito mais sobre o mundo virtual. Um jornal que soubesse analisar e criticar o que aparece na Internet hoje teria uma função”

Sobre os políticos e a mídia
“Populismo midiático significa apelar diretamente à populacao por meio da mídia. Um político que domina bem o uso da mídia pode moldar os temas políticos fora do parlamento e até eliminar a mediacao do parlamento”

Sobre fazer cinema
“Há uma boa razao para nunca ter realizado um filme. É porque sou impaciente. Num filme, se precisas de um elefante e o elefante nao está lá, tens de esperar dois dias. Eu nao posso esperar dois dias por um elefante”

Sobre o amor
“O amor é mais sábio que a sabedoria”
O Nome da Rosa

Sobre a felicidade
“Alguém que é feliz a vida toda é um cretino. Por isso, antes de ser feliz, prefiro ser inquieto”

Sobre a fé
“Todos somos hereges. Todos somos ortodoxos. Nao é a fé que um movimento oferece que conta. Conta a esperanca que propoe”

O novo livro: ironia e dor da sociedade líquida
Artigos em italiano dos últimos 15 anos, como somente Umberto Eco sabia escrever. Foi lançado no dia 26 de fevereiro Pape Satàn Aleppe, o novo livro do escritor falecido no dia 19 de fevereiro. Capa desenhada pelo amigo Cerri, 450 páginas, 20 euros, é o primeiro título de La Nave di Teseo, a editora fundada com Elisabetta Sgarbi depois de abandonar a Bompiani. O volume recolhe dezenas e dezenas de “Bustine di Minerva” (a coluna que mantinha em “l’Espresso”) escritas de 2000 até hoje.
Intuições fulminantes de uma página, títulos como Indietro a tutta forza (Para trás com força total), Twitto quindi sono (Twito logo existo), Dacci oggi il nostro delitto quotidiano (O crime nosso de cada dia nos dai hoje). “São organizadas em seções, cada uma com sua identidade temática – explica Elisabetta Sgarbi –: a obsessão da visibilidade, a relação entre idosos e jovens, a vida online, os celulares, o racismo, a boa e a má educação, a crise da política, a estupidez…”. Em suma, o ambiente em que vivemos, o mundo contemporâneo, uma sociedade que não mais tem pontos de referência certos, desagregada e fragmentada.
Artigos de uma sociedade líquida é o subtítulo porque, diz Sgarbi, “a ideia de fundo, explicada no primeiro capítulo, é que cada um destes aspectos representa uma pecinha da “sociedade líquida” teorizada por Zygmunt Bauman, caracterizada não somente pela crise das ideologias e do Estado, mas sobretudo pela crise do conceito de comunidade. O que vivemos, e o que todos estes “saquinhos” (“bustine”) contam, é “um individualismo sem freios”, em que ninguém mais é companheiro de jornada de ninguém, mas antagonista de quem se deve resguardar. Este “subjetivismo minou as bases da modernidade, tornou-a frágil”. Na sociedade líquida não há ordem e há extemporaneidade, imprevisibilidade, com muita frequência de confusão. E por isso Umberto Eco cita o verso que Dante faz Plutão pronunciar no início do Canto VII do Inferno: “O seu Pape Satàn Aleppe é um grito de dor, desconcerto, ironia, surpresa” diz Sgarbi.
Com a coletânea serão lançados todos os precedentes livros de ensaios de Eco, dos quais La Nave di Teseo tem os direitos, dez títulos, entre os quais Kant e o ornitorrinco, na espera dos direitos de publicação também dos romances.

Presidente Mattarella: “era um homem livre”
Durante todo o ano, homenagens dos Institutos de Cultura
Os pêsames da parte de todas as instituições pela morte de Umberto Eco. Começando pelo presidente Sergio Mattarella, que se diz “especialmente triste. Era um homem livre, dotado de um profundo espírito crítico e de grande paixão civil”. Matteo Renzi definiu o falecimento “uma perda enorme para a cultura, à qual farão falta sua escrita e voz, seu pensamento agudo e vivo, a sua humanidade”. Já o ministro da cultura Dario Franceschini falou de Eco como sendo “um grande gigante, um autêntico intelectual em todos os sentidos”. A Farnesina anunciou que os 80 Institutos de Cultura italianos no mundo adotarão “durante todo o ano de 2016 iniciativas para homenageá-lo envolvendo personalidades do mundo cultural que o conheceram e o apreciavam”. No dia 12 de maio, o Salão do Livro de Turim homenageará Umberto Eco, que era esperado no Lingotto.

Sobre a morte
“Nós temos um limite, muito desencorajador e humilhante: a morte. É por isso que nós gostamos de todas as coisas que nos parecem ilimitadas e, portanto, sem fim. É uma forma de fugir dos pensamentos sobre a morte. Nós gostamos de listas porque nao queremos morrer”

Sobre a internet
“As redes sociais dao o direito de falar a uma legiao de idiotas que antes só falavam em um bar depois de uma taca de vinho, sem prejudicar a humanidade. Entao, eram rapidamente silenciados, mas, agora, tem o mesmo direito de falar que um premio Nobel. É a invasao dos imbecis”
La Stampa

Sobre Deus
“Quando os homens deixam de crer em Deus, nao significa que nao creem em nada: creem em tudo”

Sobre os heróis
“O verdadeiro herói é herói por engano. Ele sonha em ser um covarde honesto como todo mundo”

Sobre os vilões
“Os monstros existem porque sao uma parte de um plano divino e, nas características horríveis desses mesmos monstros, revela-se o poder do criador”
O Nome da Rosa

Sobre a poesia
“Todos os poetas escrevem poesia ruim. Os poetas ruins as publicam, os poetas bons as queimam”

Sobre o jornalismo
“Nao sao as notícias que fazem o jornal, mas o jornal é que faz as notícias, e saber juntar quatro notícias diferentes significa propor ao leitor uma quinta notícia”
Número Zero

Sobre a corrupção
“Hoje, quando afloram os nomes de corruptos e fraudadores, as pessoas nao se importam com isso, e só vao para a cadeia os ladroes de galinhas”

 

 

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.