Governo italiano diminuirá consideravelmente taxação sobre jogadores e técnicos. Presidente da liga espanhola demonstra preocupação com falta de competitividade fiscal de seu país
O governo da Itália tomou uma providência que busca mudar os fluxos do mercado do futebol nas próximas temporadas. Trata-se do “Decreto de Crescimento”, publicado no diário oficial, que facilita a contratação de trabalhadores qualificados que tenham residência fiscal fora da Itália há no mínimo dois anos – entre eles, jogadores e técnicos de futebol. O decreto prevê um desconto de até 90% nas alíquotas de imposto de renda e passa a valer a partir de janeiro de 2020.
Na prática, a proposta para atletas e treinadores é a seguinte: ao assinar contratos de pelo menos 24 meses, o desconto sobre as alíquotas de imposto de renda será de 70%, alcançando 90% para o sul do país, tradicionalmente mais pobre.
O incentivo promete revolucionar o mercado em toda a Europa. A liga italiana voltará a ser interessante financeiramente e será mais atraente para os principais talentos do continente. A tributação italiana será uma das mais brandas dentre as cinco principais ligas europeias.
O presidente de La Liga, Javier Tebas, comentou o decreto e mostrou preocupação com as altas taxas na Espanha, que podem diminuir a competitividade fiscal do país no futebol.
“Se um clube espanhol quiser contratar um grande jogador estrangeiro com um salário de 6 milhões de euros, vai custar quase 12 milhões de euros brutos por ano. Na França, não iria chegar a 9 milhões de euros. No caso da Itália, graças a essa reforma, o custo não chegaria a 8 milhões de euros. E na Inglaterra, embora a tributação a priori seja a mesma, há outras vantagens fiscais para a renda gerada fora do país que contribuem para um maior apelo tributário para os jogadores de futebol “, analisou Tebas.
O Decreto de Crescimento é considerado um “retorno de cérebros” à Itália. O país busca estimular estrangeiros e repatriar italianos altamente capacitados e com altos salários que porventura tenham buscado melhores benefícios fiscais em outras nações.
(GE)