Comunità Italiana

Conte convoca reunião para debater nova política migratória

Encontro será realizado no Palazzo Chigi, em Roma

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, convocou uma reunião com ministros para debater as novas políticas migratórias nesta quinta-feira (12), um dia depois de defender uma punição a países que não acolherem refugiados na União Europeia (UE).

A discussão será realizada no Palazzo Chigi, em Roma, e contará com a presença da ministra do Interior, Luciana Lamorgese; dos ministros das Relações Exteriores, Luigi Di Maio; da Defesa, Lorenzo Guerini; e de Infraestrutura, Paola De Micheli.

Segundo fontes do governo, a reunião foi convocada pelo premier para iniciar a nova política da coalizão entre o Movimento 5 Estrelas (M5S) e o Partido Democrático (PD) sobre a questão dos migrantes.

“O governo está trabalhando em um plano estrutural de revitalização para o sul, que será parte integrante do ‘Pacto com a Europa’ proposto ontem em Bruxelas”, explicou Conte em uma carta publicada no jornal italiano “Quotidiano del sud” em resposta ao “Manifesto pela Itália”.

A reunião acontecerá um dia depois da visita de Conte a Bruxelas, na qual ele defendeu que Estados-membros que não participarem da repartição de solicitantes de refúgio na UE sejam punidos financeiramente.

A nova atitude representa uma mudança brusca na abordagem do governo italiano no que diz respeito à crise migratória. Na gestão anterior, o então ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, líder do partido ultranacionalista Liga, endureceu as políticas migratórias e se uniu a países do leste europeu responsáveis por bloquearem todas as iniciativas para criar mecanismos permanentes de redistribuição de solicitantes de refúgio.

A principal proposta da Itália, porém, deve estar relacionada à criação de um mecanismo permanente de redistribuição para reformar a Convenção de Dublin, tratado que determina as regras de análise de pedidos de asilo na UE.

A ideia de punir os países já era defendida anteriormente pelo governo de Matteo Renzi (2014-2016), principal expoente do PD. (ANSA)