O resultado operacional líquido do governo, em 2015, ficou negativo em R$ 512,2 bilhões, o que corresponde a 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produziudas pelo país). Em 2014, foi deficitário em R$ 276,9 bilhões, ou 4,9% do PIB. O indicador é calculado pela receita menos a despesa do governo, excluindo os gastos com aquisição líquida de ativos não financeiros.
Os dados estão na publicação Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária de Governo 2015, divulgada hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e feita em parceria com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e o Banco Central. A publicação apresenta os dados sobre as finanças públicas do governo geral, que compreende todas as unidades de governo (central, estaduais e municipais) e os fundos de previdência social por elas controlados, em 2015.
Financiamento
A análise também mostra que, em 2015, a necessidade de financiamento do governo atingiu R$ 519,9 bilhões (8,7% do PIB). No ano anterior, o valor ficou em R$ 325,2 bilhões (5,6% do PIB). Segundo o IBGE, quando o saldo fica negativo, o déficit precisa ser financiado com a emissão de passivos financeiros.
Para o gerente de administrações públicas do IBGE, André Cavalcanti, o aumento no indicador é “significativo”. “Na publicação, não temos informações exatamente sobre dívidas, mas sobre a necessidade de financiamento, que é um fluxo. E de fato, a necessidade de financiamento foi ampliada entre 2014 e 2015, passando de R$ 325,2 bilhões para R$ 519,9 bilhões, em 2015. É um indicador significativo, sim. Indica a indica a necessidade que o governo tem de financiamento.”
Investimento
Na parte de investimentos do governo, chamada de formação bruta de capital fixo, houve queda. Em 2014, o valor foi de R$ 138,1 bilhões (2,4% do PIB) e, em 2015, caiu para R$ 101,9 bilhões (1,7% do PIB). A queda nos investimentos ocorreu em todas as três esferas de governo, com destaque para a esfera estadual, onde o decréscimo foi de 38%, em relação a 2014.
“Não publicamos informações abertas por tipo de investimento, mas o total de investimento, que significa aplicação em infraestrutura, em máquinas e equipamento, todos os gastos desta natureza, foram reduzidos em 2015”, afirmou Cavalcanti.
Ele explicou que, diferente dos dados divulgados pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central, a abordagem feita pelo IBGE segue orientações de manuais internacionais específicos.
“É um trabalho que chamamos de conta intermediária. Fazemos a primeira versão, que é uma primeira leitura da base de dados junto com o Tesouro, em um formato de contas internacionais. O Tesouro divulga as informações no formato do manual de estatísticas e finanças públicas do Fundo Monetário Internacional.” (Agência Brasil)