Texto seria enviado ao presidente, mas foi bloqueado por Conte
Nesta quarta-feira (17), o ministro Luigi Di Maio denunciou que o texto do decreto tributário aprovado pelo governo foi “manipulado” para ser enviado ao Palácio do Quirinal, sede da presidência italiana. Em entrevista ao programa italiano “Porta a Porta”, o líder do Movimento 5 Estrelas (M5S) declarou que o decreto fiscal seria entregue ao presidente Mattarella com um conteúdo diferente ao que foi aprovado pelo Conselho de Ministros e, devido a isso, apresentará uma queixa ao Ministério Público nesta quinta-feira (18).
“No artigo 9º do decreto imposto há uma parte que não tínhamos acordado no Conselho de Ministros. Nós, neste Parlamento, não votamos neste texto. Esta parte deve ser removida. Eu nunca disse que queríamos ajudar a capital da máfia”, esclareceu Di Maio.
De acordo com ele, no texto que foi enviado para a sede da presidência, “há uma espécie de anistia e impunidade para aqueles que evadem”. “Não é possível que um texto manipulado vá para o Quirinale”, finalizou.
A declaração polêmica de Di Maio fez com que o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, autorizasse o bloqueio do envio do decreto tributário ao Quirinal.
“O decreto tributário foi apresentado ao Quirinale de maneira meramente informal, como é costume nesses casos. Antes de enviar, o premier pretende revisar pessoalmente o texto, artigo por artigo”, informou o porta-voz do premier.
Perguntado sobre a fidelidade do partido ultranacionalista Liga, Di Maio respondeu que “não tem motivos para duvidar porque apertamos nossas mãos”. “Quero excluir as responsabilidades políticas, porque confio nas pessoas com quem estamos no governo”, mas “neste governo há tantas coisas estranhas, tantos jogos”, indagou o vice-premier. A legenda do ministro do Interior, Matteo Salvini, por sua vez, já rebateu a suposição. “Somos pessoas sérias e não sabemos nada de decretos manipuladas, estamos trabalhando dia e noite na redução de impostos”.
O novo decreto foi aprovado durante o Conselho de Ministro, que finalizou o projeto de lei orçamentária para 2019, que prevê uma expansão do déficit fiscal para financiar o aumento das despesas públicas.