Berlusconi, principal impasse, deu aval para novas negociações
(ANSA)
O líder do Movimento 5 Estrelas (M5S) e o secretário da Liga, Matteo Salvini, pediram nesta quinta-feira (10) ao presidente Sergio Mattarella para conceder mais tempo aos partidos para resolverem o impasse político.
A decisão foi tomada em conjunto após o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi dar seu aval para um governo entre o antissistema e o ultranacionalista.
“Sobre a composição do executivo e sobre a questão do premier foram feitos passos significativos em vista de uma colaboração construtiva entre as partes com o objetivo de definir tudo rapidamente para dar uma resposta e um governo político ao país”, diz a nota.
A primeira reunião entre os representantes dos dois partidos será realizada nesta tarde (horário local). “São momentos importantes, não para o Movimento, mas para a República Italiana”, diz Di Maio em um vídeo no Facebook.
Na publicação, ele admite que “o tempo não é tanto”, mas “temos de fazer um trabalho bem feito com o único objetivo de alcançar resultados significativos para os cidadãos”. “Não posso esconder a alegria de poder finalmente começar a lidar com os problemas da Itália”, acrescentou.
Ontem(9), ambos os líderes já haviam solicitado a Mattarella um prazo de 24 horas para chegar a uma conclusão. No entanto, o tempo não foi suficiente. Segundo fontes locais, o chefe de Estado italiano dará até o próximo domingo para o encerramento das negociações, o que significa que a Itália poderá obter um novo parlamento na segunda-feira (14).
Durante os últimos dois meses, Berlusconi foi tido como o principal impasse político, principalmente, por insistir na unidade da aliança conservadora, frente à postura intransigente de Di Maio, que estava disposto a formar coalizão com Salvini, mas se recusou a governar ao lado do ex-premier.
De acordo com especulações, a opção de um terceiro nome para ocupar o cargo de primeiro-ministro ainda permanece aberta, mas há mais chances de Salvini assumir o posto.
“Seria uma honra para mim liderar o país”, explicou o líder da Liga na noite de ontem.
Um possível gabinete entre M5S e Liga teria 55% dos assentos na Câmara dos Deputados e 53% no Senado, uma maioria estreita, mas suficiente para governar e garantir a aprovação de leis.