Diretor de futebol, Monchi é o homem forte da Roma no que diz respeito a contratações. É ele, portanto, a pessoa correta para explicar a reviravolta que se deu no caso de Malcom
Em entrevista ao site oficial do clube italiano, Monchi disse que foi contra o anúncio precoce do acordo desde o início, que evidentemente foi surpreendido quando o Barcelona atravessou as conversas, mas que desistiu do brasileiro no momento em que “a negociação se tornou um leilão”.
O diretor de 49 anos revelou que as conversas com o Bordeaux, o jogador e seus representanttes foi iniciada há praticamente uma semana.
– O que aconteceu com o Malcom é fácil de explicar, mas difícil de entender. Ele é um jogador com o perfil que procuramos. Começamos uma negociação com o Bordeaux e o jogador, através do seu empresário, mais ou menos uma semana atrás. Depois de três ou quatro dias de trabalho intenso, ontem chegamos a um acordo, por volta de 17h (horário local), com o empresário, o jogador e o Bordeaux. O negócio estava fechado, ele recebeu a permissão para viajar para fazer os exames. Ele tinha um voo às 21h que chegaria às 11h da manhã: tudo estava fechado. É por isso que estávamos calmos e confiantes – disse ele.
Monchi, então, conta que o presidente do Bordeaux pediu para que o acordo fosse anunciado. O diretor se mostrou contra, mas nada pôde fazer.
– Assim que fechamos o acordo com o Bordeaux, trinta minutos depois o presidente (do Bordeaux) me ligou, Stephane Martin, para dizer que, já que havia alguns rumores sobre negociações, seria melhor fazer um anúncio oficial sobre o acordo. Eu disse que não seria o melhor para nós, mas eles (Bordeaux) insistiram e publicaram no Twitter o anúncio. Por essa razão, nós fomos forçados a fazer o mesmo tipo de anúncio – disse.
Logo em seguida, surgiu a informação da proposta do Barcelona. O que muitos não sabiam, e que Monchi revela, é que o presidente da Roma queria sobrepôr a oferta do clube catalão. Mas que isso acabou não acontecendo.
– Tudo estava fechado, mas uma hora depois da publicação, rumores sobre um interesse do Barcelona vieram à tona. É verdade que eu, dias atrás, sabia que do interesse de muitos times no Malcom, incluindo o Barcelona. Exatamente por isso fechamos o acordo o mais rápido possível: estava tudo fechado. Fiquei surpreso quando um dos representantes do jogador me ligou para dizer que o Bordeaux havia retirado a autorização de viagem do jogador para Roma. Liguei para Stephane Martin, o presidente deles, e ele disse que uma oferta do Barcelona superior à nossa havia chegado, e que, se nós não aumentássemos a nossa, nunca levaríamos o jogador. Eu respondi que havíamos chegado a um acordo, que estava tudo feito, mas ele reiterou que nada estava assinado, embora tivéssemos enviado os documentos. Portanto, nada poderia ser feito. Informei ao nosso presidente, contando o que havia acontecido, e ele me pediu para irmos adiante e fazermos uma proposta maior que a do Barcelona, inclusive contra a minha vontade. Mas ele insistiu: “Vá em frente, diretor” – explicou ele.
Monchi prosseguiu…
“Eu informei ao presidente do Bordeaux que a Roma estava pronta para superar a oferta do Barcelona. Ele me disse que isso precisaria ser enviado oficialmente. Às 11h da noite, nós enviamos um documento oficial com a proposta que o presidente Pallotta estava disposto a fazer.
Os agentes do jogadores e o presidente do Bordeaux me disseram que, se tudo estivesse acordado, ontem (terça) nós poderíamos trocar documentos, e o jogador seria novamente autorizado a viajar para Roma à noite. Ontem mesmo mais cedo, eu falei com o agente do Malcom, Fernando Garcia, que tinha uma reunião com o Bordeaux marcada para meio dia para confirmar que tudo estava acordado para que o jogador viesse para Roma à noite.
Depois da reunião, fiquei surpreso ao saber que os empresários e o Bordeaux queriam uma oferta ainda maior, já que o Barcelona ainda insistia no jogador. Eu disse que era o bastante, porque não queríamos entrar num leilão: não poderíamos continuar daquele jeito. Só havíamos aumentado nossa proposta por causa do desejo do nosso presidente. Então foi dessa maneira que tudo terminou.
Por fim, Monchi mandou um recado aos torcedores da Roma.
– Sinto muito pelo que aconteceu, mas acho que fizemos muito mais do que apenas fechar um acordo com o Bordeaux. O presidente Pallotta, eu gostaria de deixar isso claro, queria aumentar a oferta, mas quando a negociação se tornou um leilão, decidimos sair dela. Quem quiser vir para a Roma, que venha, quem não quer, não tem problema.