Estratégias de troca de posição vem desgastando a relação entre Vettel e Leclerc
Apesar da série de três vitórias consecutivas na Fórmula 1, o clima é de tensão dentro dos boxes da Ferrari. Mesmo sendo companheiros de equipe, Charles Leclerc e Sebastian Vettel viram a rivalidade entre eles aumentarem e o chefe da escuderia italiana, Mattia Binotto, vem tentando lidar com a situação.
No Grande Prêmio da Rússia, em Sóchi, o tetracampeão mundial Sebastian Vettel assumiu a ponta da prova em uma estratégia da Ferrari para deixar Lewis Hamilton, da Mercedes, para trás no grid. O alemão não devolveu a posição que supostamente prometeu para Leclerc, que reclamou bastante no rádio. A ideia do time italiano custou a vitória da prova.
O diretor-esportivo da F1, Ross Brawn, já alertou que essa polêmica instaurada dentro da Ferrari pode ser “uma combinação potencialmente explosiva”. O dirigente ainda afirmou que Binotto precisa ter “extrema delicadeza” para lidar com a situação.
A dobradinha da Ferrari no GP de Cingapura também foi definida durante os pit-stops. O alemão, que era o terceiro, foi o primeiro a trocar os pneus e conseguiu sair na frente do companheiro de equipe e de Hamilton. Na ocasião, o monegasco chamou a estratégia de “injusta” e Binotto explicou que a tática serviu para marcar o holandês Max Verstappen, da Red Bull Racing, que finalizou a prova em terceiro. O italiano também admitiu que a Ferrari cogitou inverter novamente as posições e negou qualquer favorecimento.
A estratégia de Binotto foi criticada pela imprensa italiana
O jornal Gazzetta dello Sport afirmou que a corrida na Rússia foi uma “piada” e cobrou o chefe da equipe para tentar selar a paz entre Vettel e Leclerc.
Na atual temporada, os ferraristas precisaram esperar 12 corridas para celebrarem uma vitória da escuderia italiana.
Antes da pausa para as férias, o desempenho da equipe foi marcado por erros de estratégia e pilotagem. Para piorar a situação da Ferrari, a disputa pelo poder dentro do time de Maranello foi cada vez mais ganhando forma. A escuderia nunca escondeu que Vettel é o principal piloto, mas com Leclerc querendo mostrar serviço, a Ferrari precisou segurar o ímpeto do monegasco logo no GP da Austrália, quando teve seu pedido para ultrapassar o alemão negado pela equipe.
Já no Bahrein, a Ferrari novamente tentou negar a ultrapassagem de Leclerc, mas o jovem piloto passou Vettel e só não venceu a prova por conta de uma falha no motor. A situação foi amplamente debatida no rádio. A situação de troca de posição se repetiu na China e na Hungria.
Em uma má fase, Vettel está atualmente atrás de Leclerc, já que viu seu companheiro de equipe vencer duas provas e ser pole position em seis corridas. O alemão, por sua vez, venceu uma e largou na frente apenas no Canadá.
Faltando cinco corridas para terminar a temporada, a Ferrari deverá vir firme nesta parte final de 2019 e buscará reduzir a vantagem da Mercedes e de Hamilton nos campeonatos de pilotos e construtores. O próximo GP será realizado no dia 13 de outubro no Japão, em Suzuka, as 14h (horário de Brasília).