Nesta edição também chegamos ao número 200. 21 anos se passaram desde a fundação desta publicação, em março de 1994. Uma trajetória onde a missão sempre foi a de levar um conteúdo enriquecedor aos milhares de leitores no Brasil e na Itália. Buscar o que há de melhor entre estes dois países fascinantes e os fatos marcantes através de jornalismo de qualidade.
Ao longo destas duas décadas vimos o mundo mudar do offline para o online. Todos ligados em rede. Todos passíveis de vigilância. Evoluímos em tecnologia, retrocedemos em liberdade. Enquanto escrevemos ou lemos estas linhas falamos ao celular ou acessamos a internet em outras páginas ou ainda dialogamos por aplicativos. O volume de informação que nos ataca diariamente nos faz mais ansiosos, mas não necessariamente mais cultos ou bem informados.
Nossa revista mensal busca trazer a beleza de uma relação entre dois países complementares. Busca o belo e a crítica através de profissionais e colaboradores comprometidos com a entrega de um serviço social.
Também, durante estes 21 anos, passamos por grandes crises políticas e econômicas e estamos em meio a uma delas neste exato momento. Por aqui, fala-se no maior escândalo de corrupção da história do país. Os serviços públicos, e muitos privados, não dão conta de atender a milhares de cidadãos que ascenderam a uma nova classe social e os investimentos em saúde e educação não satisfazem.
Enquanto isso a Itália tenta se reerguer. Um símbolo importante que pode inspirar o Brasil é a Expo Milão, que começa no próximo dia 1º de maio. Um evento global que será o maior acontecimento do planeta ao longo de seis meses deste ano, mas cercado de problemas jurídicos até poucos meses atrás devido a acusações de subornos e desvios de dinheiro. Mas, graças à ação efetiva das autoridades anticorrupção italianas, a capacidade de reação foi extraordinária. Recentemente a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico indicou a organização italiana da Expo como um exemplo virtuoso de sucesso. Com um custo total de 1,3 bilhão de euros para os cofres italianos, o evento será totalmente pago pelos 53 países participantes, pelas empresas parceiras e pelos 20 milhões de ingressos a serem vendidos. O New York Times indica Milão como a primeira meta turística em 2015. Um orgulho para uma nação que enfrenta uma crise profunda e, graças ao trabalho de seus homens e mulheres, e um sistema vencedor, consegue dar mais uma demonstração de força.
Com esta inspiração, em busca do que há de melhor, de uma nova identidade, continuamos, do Brasil, a escrever as linhas de uma relação de amizade. Nos debruçamos entre história e cultura para produzir mais esta edição com entusiasmo.
Boa leitura!