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As seguidas tragédias que vitimam homens, mulheres e crianças no mar Mediterrâneo não podem passar desapercebidas. Ao Sul da Europa, a Itália tem sido o principal destino de embarcações precárias e sobrecarregadas que levam contingentes de pessoas que enfrentam qualquer situação na esperança de uma vida digna. Só neste ano, 32 mil imigrantes ilegais chegaram às ilhas de Malta e Lampedusa, entre a Tunísia e a Sicília.
Neste mês de outubro, mais de 400 perderam a vida em dois naufrágios com apenas uma semana de tempo entre um e outro. No próximo vértice dos chefes de Estado e de governo da União Europeia o tema está na ordem do dia, graças às reiteradas solicitações italianas. O continente que sempre esteve à vanguarda em ações humanitárias e também foi vítima de processos dolorosos como as guerras que levaram milhares de seus cidadãos a migrarem para outras partes do mundo deve agora encontrar o melhor caminho para dar fim ao vergonhoso cemitério em suas águas.
Não se pode ficar de espectador e ser cúmplice calado do percurso negativo da história. São vidas que saem da África e do Oriente Médio em uma fuga épica para irem de encontro a meio bilhão de europeus que tentam se recuperar de uma grave crise. Jornais italianos dizem nestes dias que corpos são mostrados boiando sobre as águas da costa da Itália, mas parece que perdeu-se por parte dos países do bloco a capacidade de se emocionar. Diante desse drama espera-se uma atitude coletiva capaz não de simplesmente blindar aqueles mares, mas de atuar na origem do problema. É hora de mostrar que a União Europeia não é somente uma moeda e evidenciar suas vitórias para os direitos humanos.
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No próximo dia 25 de outubro, a capital italiana receberá o Conselho de Cooperação Itália-Brasil. O encontro acontece entre autoridades dos dois governos e uma delegação de empreendedores da Confindustria e da Confederação Nacional da Indústria. Na ocasião, um acordo para facilitar os trâmites da Previdência Social deve ser fechado entre os dois países, por isso um dos nomes de peso mais aguardados é o do ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Garbas.
Boa leitura!