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Na era da globalização, da modernidade tecnológica, das exageradas facilidades de comunicação que, muitas vezes, causam mais dispersão, é inquietante receber noticiário sem o que seria realmente uma verdadeira causa de uma guerra que sangra um ângulo do planeta.
Observa-se uma total paralisia da diplomacia internacional diante deste conflito que reúne Iraque, Líbia, Ucrânia, Gaza, Afeganistão, Nigéria… um silêncio atordoador da Europa, da Onu, dos EUA. É claro que existem interesses econômicos implícitos em qualquer guerrilha, mas a natureza desta guerra é ainda mais irracional. O fator religioso nacionalista não permite uma solução aceitável das partes. Como discutir crenças fundamentalistas que usam a religião como identidade nacional com direitos atávicos pela presunção de ser uma raça superior? Essa lógica tira do tabuleiro a opção de uma convivência e tolerância duradoura porque não se combate simplesmente por uma vitória militar ou em busca de paz. Se combate para demonstrar uma supremacia de identidade cultural e religiosa, se busca o extermínio, o aniquilamento de seres humanos, incluso não combatentes, mulheres e crianças. É a teoria nazista endêmica.
Essa é uma luta pela sobrevivência sem futuro. O Hamas sonha em destruir Israel e Israel ocupa territórios e constrói muros. Líbia e Síria não lutam contra o fim de uma trágica ditadura, mas para mostrar superioridade de tribos e facções religiosas. Minorias humilhadas, cristãos perseguidos, símbolos religiosos destruídos, não faltam esforços para a intolerância em busca de cancelar o próximo fisicamente.
Essas “guerras modernas” criam ainda mais líderes religiosos que usam um carisma para destruir. Perde-se de vista qualquer razão da existência humana.
Boa leitura!