Na Itália, uma tragédia anunciada assolou a cidade de Genova no início deste outubro. Incrédulos, os cidadãos que haviam passado por esse drama em ao menos outras duas ocasiões em que a força da natureza destruiu a cidade e levou vidas, em 1992 e em 2011, cobram explicações das autoridades. Os danos, calculados em mais de um bilhão de reais, poderiam ter sido evitados se o dinheiro liberado há quatro anos para prevenção de catástrofes tivesse sido utilizado.

O Brasil também se chocou com a destruição de proporções bem maiores, em janeiro de 2011, quando a região serrana do Rio de Janeiro foi brutalmente atingida pelo mal tempo. Por aqui foi bem maior, também pela falta de controle e planejamento no crescimento das cidades. Mas serve o fato de alerta para o período de chuvas que se aproxima. Mesmo com os muitos investimentos que foram feitos principalmente em obras de contenção de encostas e alarmes de prevenção, observamos que não é simples a remoção de famílias que criam raízes em áreas de risco. E se o clima decidir que os meses de chuvas serão tão ortodoxos quanto os de seca, infelizmente será praticamente impossível não termos novos casos dramáticos no país.

Em Genova, cidade italiana mais antiga localizada na região da Ligúria, a fúria das águas dos Rios Bisagno e Feregiano foi responsável por arrastar tudo o que estava pelas ruas, destruir o patrimônio e tirar a vida do enfermeiro Antonio Campanella, de 57 anos.

Mas, da lama deixada pela enchente que envergonhou a Itália, surge uma força de jovens que se organizaram rapidamente por via de mídias sociais para arregaçar as mangas e atuar como uma verdadeira proteção civil. Refazendo os estragos deixados e limpando ruas, calçadas e prédios, esses “ragazzi” chamaram a atenção de todos através de um ato espontâneo de grande generosidade. Num país que sofre pela recessão econômica e que tem uma idade média de sua população de 44,5 anos, a atitude dessa turma passa a ser mais do que um ato de patriotismo, mas de que as oportunidades devem ser dadas aos que tem vontade e força para mudar as mazelas de um país em todos os setores.

O equilíbrio entre o velho e o novo pode e deve trazer também a harmonia na evolução da sociedade.

Boa leitura!