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Uma companhia aérea é também um símbolo de um país. Levar uma bandeira de uma nação para diversos territórios é abrir muito mais do que fronteiras, mas ligar negócios, estudos, prazeres múltiplos. A Alitalia nasceu em 1946 e cresceu constantemente até os anos 90, quando chegou a ter 22 milhões de passageiros por ano e 512 destinos diferentes.
Depois veio a crise da empresa que se deu por problemas administrativos e pelas mudanças da rede após os atentados ligados ao 11 de setembro de 2001. Após inúmeras tentativas de reestruturação e boatos de falência, em 2008 a empresa pública passa a fazer parte do grupo Compagnia Aerea Italiana (CAI), formado por importantes famílias de empreendedores italianos entre os quais Colaninno, Tronchetti Provera, Caltagirone e a família Benetton, sob iniciativa do banco Intesa Sanpaolo. Também faz parte da sociedade, com 25%, o Grupo Air France-KLM.
Longe dos tempos de ouro, mas com musculatura renovada, a nova Alitalia tem um mês importante em sua história. A fusão com a empresa aérea dos Emirados Árabes, Etihad, que deverá desembolsar 387,5 milhões de euros por 49% do capital social, será decidida na segunda quinzena de novembro. Para oxigenar a italiana os maiores sócios (Intesa, Unicredit, Poste, Immsi, Atlantia, Pirelli e Gavio) devem fazer um aporte de 80 milhões de euros segundo acordo e a partir de 1º de janeiro de 2015, se todo o plano desse vôo estiver ajustado, será dada a decolagem oficial da new company.
O nome escolhido para pilotar a nova Alitalia é a principal demonstração de que a bandeira principal será a da Itália. Um sinal forte através do nome do bem sucedido Luca Cordero di Montezemolo. Mais conhecido como ex number one da Ferrari, ele também presidiu a Confindustria e a Fiat, tem 67 anos e nasceu em Bologna.
Em nossa modesta, mas não menos importante nave Comunità, também temos o privilégio de anunciar dois nomes que a partir desta edição compõem o time de colunistas da nossa revista. Nascido na região Molise e crescido entre a Campania e a Umbria, o sociólogo Domenico De Masi tem uma obra premiada. Reconhecido como um dos mais importantes nomes do nosso tempo, ele é declaradamente apaixonado pelo Brasil. Em encontro recente, o excelente embaixador brasileiro em Roma, Ricardo Neiva Tavares, o classificou como um importante patrimônio para as relações brasileiras com a Europa.
Outro peso pesado da comunicação que nos dará o prazer de sua leitura é um descendente que tem uma carreira brilhante. Ary Grandinetti Nogueira completou 40 anos de Central Globo de Produções. Lá ele ajudou a implantar um novo modelo de gestão e ocupou os cargos de diretor de produção do Sistema Globo de Novelas, em que implementou as primeiras cidades cenográficas produzidas pela emissora, diretor de Planejamento e Controle, diretor geral de Recursos Artísticos e foi chefe da área de planejamento da Central Globo de Desenvolvimento Artístico. Seu fascínio pela Itália de sua origem é incondicional e seu estilo e apreço pela gastronomia italiana são marcantes.
Os dois nos ajudam a construir essa ponte na melhor viagem de ida e volta entre o Brasil e a Itália.
Boa leitura!