Comunità Italiana

A bola vai rolar

Se a população brasileira estava eufórica em outubro de 2007, quando a Fifa, de sua sede em Zurique, na Suíça, anunciava que a Copa do Mundo seria no Brasil, hoje o quadro é outro. A expectativa para a Copa que acontecerá no próximo mês gira em torno da nova onda de protestos devido ao déficit de infraestrutura e à falta de investimentos básicos em educação e segurança.

A menos de um mês do evento que prometia revolucionar o país, as maiores publicações do mundo chamam atenção para o aumento excessivo do custo de vida por aqui. A ênfase vai para a desproporção entre o salário médio do cidadão e a carga de impostos que chega a 60%. O movimento $urreal é outra referência da imprensa internacional ao comentar como andam as coisas pelo país do futebol. A crítica é feita pela comparação com a carga tributária de outros países emergentes. Além de pagarmos mais em nosso território, a contrapartida em serviços de qualidade está entre as piores.

É clara a percepção de quem viaja ao exterior e encontra produtos como carros e eletrodomésticos pela metade do preço. Na Europa, onde os impostos são altos, sobretudo sobre a renda — ao contrário do Brasil que tributa mais o consumo —, mesmo com o aumento da desigualdade e do desemprego devido à crise, existem serviços de educação, saúde e transporte público de qualidade.

Para financiar a inchada máquina pública e financiar estímulos nos programas sociais, o governo brasileiro considera aumentar ainda mais os impostos sobre importações e automóveis. Somam-se a isso os altos custos trabalhistas e os aluguéis caros, e fica estampado o sacrifício que é empreender no Brasil. E não há no horizonte uma solução breve com uma reforma fiscal e tributária.

Mas a bola vai rolar e a paixão do brasileiro vai falar mais alto, ou não? O apito final será no Maracanã, no dia 13 de julho. Até lá, ficam a expectativa e a esperança de que algo vai acontecer.

Boa leitura!