{mosimage}Além da formação
Acerta o governo brasileiro ao incentivar os jovens estudantes do país a buscarem em universidades no exterior o conhecimento necessário através do programa que prevê 6 mil bolsas somente neste ano. A Itália é um dos principais parceiros do “Ciência sem Fronteiras” e um dos principais celeiros de formação em tecnologia, design e inovação no mundo. Além do evidente atrativo cultural italiano para a geração de novos talentos canarinhos, também para a Itália esta abertura é de grande interesse. A internacionalização universitária, neste caso entre os dois países, cria de forma concreta uma troca de conhecimento entre os futuros cientistas, e possivelmente líderes, e é capaz de dar a justa dimensão da relação histórica e da necessidade de colaboração entre as duas potências mundiais. Oferecer aos estudantes brasileiros não só mais competências, mas uma visão global a partir da excelência italiana, irá refletir consequentemente num desenvolvimento recíproco e dará fôlego a projetos bilaterais sustentáveis.
Grupos italianos que operam aqui, como a Telecom Itália (Tim Brasil), a montadora Fiat e outros, ao apoiarem esta medida do Governo Federal através do financiamento dessas bolsas de estudo, mostram que estão comprometidos com o crescimento do território e não com a geração de riqueza no país para o mercado financeiro internacional. Conforme registramos no último número, o presidente da multinacional em telecomunicação Franco Bernabè anunciou em Brasília, ao lado do presidente da operadora no Brasil, Luca Luciani, que os centros de pesquisas e inovação da Tim, presentes em Roma, Torino, Trento e Veneza, abrigarão 400 estagiários por semestre. A iniciativa foi comemorada pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, como forma de reconhecimento ao esforço do governo brasileiro em investir na formação intelectual e técnica da população.
Na mesma direção, com foco no crescimento sustentável, é necessário que o governo brasileiro pense em estratégias para a ampliação da capacidade de consumo para as maiorias. É urgente a criação de ferramentas para o apoio às pequenas e médias empresas. Esses empreendimentos dependem e dão sustentação à evolução da economia. A existência dessas cerca de 6 milhões de empresas brasileiras e a retirada de 64% da população economicamente ativa da informalidade dependem de políticas públicas. Na Itália, são essas pequenas realidades que fizeram com que o país crescesse após o sofrimento das guerras e são elas, com menos de 250 funcionários e grande parte com menos de 20, que impulsionam a economia do país com 3,8 milhões de empresas para uma população de 62 milhões.
Nesta edição, Comunità, como sempre, traz as novidades que movimentam o intenso fluxo de iniciativas entre italianos e brasileiros e as boas dicas para o entretenimento rico de história e arte.
Boa leitura!