— Estamos cansados do tratamento e do serviço ineficiente dos consulados italianos, nos serviços como a retirada de passaporte ou reconhecimento da cidadania, por isso precisamos estar juntos para reclamar por nossa dignidade e direitos — disse o parlamentar em seu canal pela internet.
A movimentação foi também em favor dos funcionários e dos cônsules que são prejudicados com a estrutura atual. Além do Brasil, houve atos na Argentina, Venezuela, Uruguai, República Dominicana, Santo Domingo, Costa Rica, México e Panamá, entre outros locais que totalizaram 25 cidades. No Brasil, manifestantes se reuniram nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Curitiba e Brasília.
Apesar de visto por muitos como um ato político, com faixas confeccionadas pelo partido MAIE, o tema sensibilizou quem está na fila de espera para obter direitos dos consulados. Na capital paulista, houve 50 participantes. No Rio, participaram 20 pessoas, e nas demais cidades do país, foram em torno de quarenta participantes. No Rio, o engenheiro Sergio Vanni apoiou o ato.
— Esse evento é muito importante, pois o serviço do Consulado deve melhorar para os italianos residentes no Rio de Janeiro — comentou com Comunità.
Ítalo-brasileiros esperam meses para conseguir um simples agendamento online
As longas filas de espera para a obtenção de documentos estão entre os problemas mais citados.
— As principais reclamações que recebemos são a demora no agendamento para a cidadania e a fila do passaporte dos residentes no Espírito Santo, que chegam a esperar mais de um ano. Quem pede cidadania passa meses e meses só para conseguir um agendamento na fila virtual — afirmou à Comunità o jovem ítalo-brasileiro Luciano.
Já o MAIE ressaltou que vai continuar se manifestando “para que as coisas mudem”. “Nós nos manifestamos porque não somos cidadãos de série B. Sem garantia de direitos não existe justiça nem igualdade em comparação aos italianos que vivem na Itália”, disse o comunicadado, que também criticou o que chama de “mísero e precário tratamento econômico do pessoal a contrato que em alguns países recebe salários completamente desvalorizados”.
O presidente do Comites de São Paulo, Renato Sartori, acredita que o ato foi meramente político.
— Sou a favor de manifestações pacíficas para a reivindicação de direitos, porém com essa, especificamente, não concordo, pois foi organizada por um partido que nada fez nos últimos dez anos no Parlamento, que sempre vota contra nos assuntos relacionados aos italianos no exterior. Querem atribuir a essas manifestações o sucesso do trabalho de quem realmente trabalhou por nossos direitos e outro ponto dessa ação que precisamos ter em mente é a exposição de futuros candidatos do MAIE, que, futuramente, nas eleições ao Parlamento, farão o trabalho de captar votos para a eleição do deputado Ricardo Merlo — declarou o presidente do Comites.
Em comunicado à imprensa, o deputado Fabio Porta, conjuntamente escrito com Eugenio Marino, defendeu as ações do Partido Democrático:
“Graças a uma grande mobilização, sustentado e compartilhado por nós, milhares de pessoas de todo o mundo assinaram uma ‘petição’ online pedindo a alocação de recursos para pedidos de cidadania em consulados que resultou na lei que destinará quatro milhões de euros aos consulados, em 2017”.
Ainda segundo o comunicado, esses recursos serão distribuídos primeiro na América do Sul, principalmente para a contratação de pessoal local, a eliminação de filas e a melhoria dos serviços consulares.
Fotos: João Alexandre Carnavos