Os inscritos no partido antissistema italiano Movimento 5 Estrelas (M5S) aprovaram nessa última sexta-feira (18), por ampla maioria, o acordo de governo com a ultranacionalista Liga, em uma votação realizada na plataforma online da legenda
O líder do M5S, Luigi Di Maio, anunciou o resultado com um vídeo no Facebook e afirmou que 44.796 pessoas participaram do processo, sendo que 94,37% (42.274) disseram “sim”, e 5,63% (2.522), “não”.
“É um grandíssimo resultado, um plebiscito de confiança e entusiasmo que nos coloca no caminho certo para esse governo. Com essa votação, damos início à assinatura do contrato de governo”, declarou Di Maio.
Poucas horas antes, o conselho federal da Liga também já havia dado seu aval ao acordo, que ainda será discutido com militantes do partido ultranacionalista neste fim de semana. “Estamos a poucos passos de realizar os pontos de nosso programa”, acrescentou Di Maio.
Os termos do “contrato” foram negociados durante quase 10 dias, após o conservador Silvio Berlusconi ter dado aval para Matteo Salvini, secretário da Liga, negociar um pacto com o M5S sem correr o risco de romper a coalizão de direita.
Juntos, os dois partidos populistas terão 55% dos assentos na Câmara dos Deputados e 53% no Senado, uma maioria estreita, mas suficiente para governar e garantir a aprovação de leis. O contrato tem quase 60 páginas e prevê medidas para combater a migração em massa, uma “abertura” à Rússia, como a retirada das sanções europeias ao país, e a simplificação do imposto de renda.
No entanto, contrariando uma antiga promessa de Liga e M5S, o acordo não prevê medidas para tirar a Itália da zona do euro. O próximo passo dos dois partidos é definir a equipe de governo, inclusive o primeiro-ministro, já que Salvini, o “acionista de minoria” da aliança, não aceita um gabinete guiado por Di Maio, e vice-versa. (Agência ANSA)