{mosimage}Num momento em que o desemprego dos jovens chega a 37,1%, o Startup Revolutionary Road promete ser uma tábua de salvação

Jovens italianos participam do projeto invador Startup Revolutionary Road. A fundação Cariplo e a fundação Filarete abraçaram a ideia da Microsoft e aceleram as possibilidades para a nova geração manter o passo do tempo. O atraso da cultura empresarial representa um freio no desenvolvimento econômico do país, pois continua enraizada em velhos hábitos como o nepotismo privado, o apoio aos amigos dos amigos e as indicações como pagamento aos favores conseguidos. Enfim, antigos vícios que paralisam e comprometem todo um sistema que encontra dificuldades em termos de competitividade e de produtividade, não obstante todas as qualidades de know-how acumulado ao longo de quatro mil anos de história.
O triunvirato institucional e privado abre os caminhos para uma nova modalidade entrar no mercado de trabalho através das próprias forças e talento, sem o medo inibitório de errar. A cultura do modelo anglo-saxônico prevê o fracasso de alguns projetos como forma de aprendizagem. Na Itália, ao contrário, se um jovem arregaça as mangas e se lança com uma ideia nova que, porém, não funciona, encontra muitas dificuldades para propor outros projetos. O inverso, exatamente, acontece no fértil e distante — cultural e geograficamente — Vale do Silício, a maternidade dos Googles, Facebooks, Apples e Microsofts da vida.
O novo mercado da internet e as novas tecnologias que cada vez mais ocupam espaço na vida planetária ganharam novos concorrentes. A gigante dos programas, a Microsoft, corre para recuperar o terreno perdido para os tablets e os “I-ai-tudos”. A ideia de financiar toda a cadeia de uma empresa, do projeto até a concretização, é uma maneira didática e inteligente de reaproximar e de conquistar os jovens consumidores que debandaram para outros sistemas. O objetivo na Itália, principalmente na região norte do país, é ajudar 13 mil rapazes e moças a transformar os seus sonhos em trabalho. Um método que é muito difundido em universidades americanas de grande prestígio, como Harvard e Stanford, nas quais o lema é: “Nossos laureados não procuram empregos, eles criam trabalho”. A frase, não por acaso, é citada no roteiro do filme sobre o criador do Facebook.
O projeto chega em boa hora para estancar a hemorragia das mentes brilhantes italianas, formadas no sistema de ensino público, às custas da sociedade. Jovens engenheiros, arquitetos e informáticos, entre outras profissões, migram para o exterior, onde a concorrência é leal, a competição não é viciada, as redes de financiamento funcionam e o investimento num jovem é visto como uma aposta no futuro e não como um desperdício de tempo e dinheiro. Num momento em que o desemprego dos jovens chega a 37,1 % e as perspectivas continuam sombrias, o Startup Revolutionary Road promete ser uma tábua de salvação para quem tiver energia, criatividade e coragem.
— Colocamos as nossas empresas e o nosso know-how tecnológico à disposição para dar a confiança às novas gerações. Com o programa YouthSpark, temos o objetivo de ajudar 300 milhões de jovens de todo o mundo a realizar os próprios sonhos, dando a oportunidade de formação, ocupação e de crescer o espírito empresarial — declara a gerente geral da área de negócios públicos e cidadania de Microsoft, Lori Harnick.
Os jovens eleitos irão participar de duas fases: a Youth to Startup, que concede o acesso a uma série de programas dedicados a eles, como o DreamSpark e ImagineCup; e, ao final, o Business Plan. Depois, começa um treinamento mais profundo, que dará a possibilidade de desenvolver a ideia em uma empresa verdadeira. Para isso, os candidatos selecionados terão acesso às lições de administradores delegados de importantes startups. É uma chance de mostrar ao mundo e a si próprios que crise e oportunidade são dois lados da mesma moeda.