No inesperado encontro privado que aconteceu na residência oficial do presidente do México, Enrique Peña Nieto ressaltou as fortes divergências entre os dois, enquanto o magnata disse que não iriam discutir “quem vai pagar” pelo muro.
Essa afirmação contradiz as falas do começo da campanha de Trump, quando afirmava que o México pagaria completamente a construção e manutenção da barreira, em parte com os US$ 24 milhões das remessas anuais enviadas pelos mexicanos para parentes e amigos que estão dos Estados Unidos.
De sua parte, Peña disse que “os mexicanos são pessoas de bem que merecem respeito” e disse que vai trabalhar com quem for o vencedor das eleições norte-americanas: “Podemos não estar de acordo com diversos temas, mas a sua presença, senhor Trump, mostra uma coincidência fundamental: nossos respectivos países são muito importantes um para o outro”, constatou.
Trump concordou com Peña. “Compartilhamos interesses em comum sobre segurança, prosperidade e liberdade”, disse ao ressaltar que os mexicanos em seu país são “pessoas irrepreensíveis, extraordinários trabalhadores” a quem respeita muito.
Diplomacia
O encontro entre os mandatários do México e EUA, seguido de uma rápida coletiva de imprensa, teve duras críticas nas redes sociais devido aos ataques xenófobos e preconceituosos de Trump contra os mexicanos, que foram chamados por ele de “criminosos e narcotraficantes” em um passado recente.
Apesar das frases protocolares e gentis, um ambiente de tensão circundou o encontro entre o mexicano – que já comparou Trump com Mussolini e Hitler –. e o norte-americano – que não para de atacar os imigrantes e disse que o governo mexicano é corrupto.
Trump considerou “necessário erguer um muro para a segurança tanto dos Estados Unidos como do México e para desmantelar os cartéis de droga, de armas e de dinheiro na fronteira”.
O empresário também insistiu na necessidade de “melhorar” o Tratado de Livre Comércio da América do Norte, em vigor desde janeiro de 1994, e disse que ele deve se atualizar para que reflita a realidade atual”, em benefício do México e dos Estados Unidos.
Por sua vez, Peña definiu o encontro como “aberto e construtivo” e disse que seu propósito foi de conhecer e trocar opiniões e visões sobre a relação bilateral. Peña também falou em uma fronteira entre os dois países “mais segura e eficiente”.(Agência Brasil)