Milhares de pessoas participaram neste domingo (31) na cidade italiana de Verona (nordeste) da Marcha das Famílias para encerrar um congresso mundial organizado por militantes ultraconservadores, antiaborto e defensores de um modelo de família tradicional
Os participantes da marcha, provenientes de todas as partes da Itália, carregavam bolas e cartazes azul e rosa com dizeres como “Deus, pátria, família” ou “Sim à vida, não ao aborto”.
Antes do início da marcha, ao meio-dia local, os organizadores do 13° Congresso Mundial das Famílias fizeram seu pronunciamento final: “A família de pilares fundamentais de nossa sociedade deve estar no centro das políticas governamentais”.
A marcha ocorreu após uma outra manifestação, no sábado, em Verona, reunir entre 20.000 e 30.000 mulheres de toda a Europa para denunciar o discurso defendido pelos conservadores, considerado “retrógrado e preconceituoso”.
O Congresso também destacou as divisões profundas que existem sobre os direitos civis dentro da maioria governante na Itália, formada pela Liga (extrema direita), do vice-presidente Matteo Salvini, e o Movimento 5 estrelas (M5S , antissistema), de Luigi Di Maio.
Convidado do congresso, Salvini reafirmou seu apoio ao modelo de família “formada por um pai e uma mãe”, enquanto rejeitou algumas posturas dos políticos que se opõem ao adiamento da lei que legaliza o aborto na Itália (aprovada em 1978) e contra as uniões civis entre casais do mesmo sexo (em vigor desde 2016).
“Não tocamos na lei 194 (…) Não há debate sobre o aborto e o casamento, todos fazem amor com quem quiserem e comem com quem quiserem”, afirmou Salvini no sábado.
Ele é um firme opositor da adoção de crianças por casais homoafetivos, que não é contemplada pela lei, mas é regularmente admitida pela jurisprudência.
Já Di Maio não participou do Congresso das Famílias, e chegou a criticar o evento onde, segundo ele, “fanáticos” que defendem uma visão de mundo “que pertence à Idade Média” se reúnem.
(AFP)