BIANUAL

BIANUAL

A partir de
Por R$ 299,00

ASSINAR
ANUAL

ANUAL

A partir de
Por R$ 178,00

ASSINAR
ANUAL ONLINE

ANUAL ONLINE

A partir de
Por R$ 99,00

ASSINAR


Mosaico Italiano é o melhor caderno de literatura italiana, realizado com a participação dos maiores nomes da linguística italiana e a colaboração de universidades brasileiras e italianas.


DOWNLOAD MOSAICO
Vozes: Cinco <br>Décadas de Poesia Italiana

Vozes: Cinco
Décadas de Poesia Italiana

Por R$ 299,00

COMPRAR
Administração Financeira para Executivos

Administração Financeira para Executivos

Por R$ 39,00

COMPRAR
Grico Guia de Restaurantes Italianos

Grico Guia de Restaurantes Italianos

Por R$ 40,00

COMPRAR

Baixe nosso aplicativo nas lojas oficiais:

Home > Enérgico e transformador

Enérgico e transformador

14 de abril de 2015 - Por Comunità Italiana
Enérgico e transformador

Enérgico e transformadorPintura, desenho e intervenções dotados de humor e crítica social mostram as mil formas de Fidias Falaschetti retratar o mundo

Como definir um artista? Por que não deixar para que ele próprio se defina? — A palavra “definir” tem, etimologicamente, o conceito do fim por dentro e, para mim, a vida e a arte são uma evolução total sem parada. Enfim, acho que sou uma dos milhões de vozes dessa louca sociedade — assim se define o artista italiano Fidias Falaschetti. Seu caminho no mundo das artes já estava traçado desde o nascimento, pois é homônimo de um célebre escultor da Grécia Antiga. Italiano, de Civitanova, no Marche, uma cidadezinha no litoral leste, bem em frente do mar Adriático, Fidia cresceu em um ambiente envolto pela arte. Ainda jovem, iniciou a carreira influenciado pelos seus pais, professores de arte, e pelo avô, falecido há dois anos, que era ceramista.
O que para muitos poderia ser uma pressão, para ele foi normal. Desenvolveu seus dons de modo natural e sem cobranças. Sua jornada pelo mundo da arte começou cedo, aos 14 anos.
— Sempre adorei criar coisas, pintar, construir e dar forma aos pensamentos. Por muitos anos, fiz street art como grafista. Depois, cheguei a fazer tudo o que um artista contemporâneo faz: gráfica, ilustração, fotografia de moda, art direction. Ao chegar aos 30 anos, fiquei cansado do que estava fazendo e pensei que, com a mesma força comunicativa, poderia me sair melhor, explorando conceitos mais profundos, intelectuais e culturais. Daí em diante não parei mais. Até hoje tem sido uma experiências extraordinária — explica o artista.
Uma das características de seu trabalho é a rapidez da comunicação, através da qual o artista faz com que cada peça seja facilmente compreendida por qualquer pessoa, sem a necessidade de grandes conceitos abstratos. Outra característica é a capacidade de criar peças que são engraçadas e ao mesmo tempo incisivas.
— Acho que o que faço, nem sei como sai da minha cabeça, causa risada no primeiro impacto, e deixa a interpretação e o pensamento para depois da primeira visão — conta ele, que trabalha com temas fortes, mas nunca de forma pesada, e sim com uma perspectiva mais leve por meio da qual tenta iniciar um diálogo e alcançar um resultado positivo e construtivo.
Fídias possui uma relação estreita e de muito afeto com o Brasil, que sente como sua “segunda casa”
— Simplesmente adoro. O cenário artístico é irado e no Rio conheci muitos artistas fabulosos e a troca de ideais foi fantástica! Tomara que possa realizar outros projetos por aí — afirma à Comunità, Fídias, recém-chegado de uma residência de três meses no Rio, na Galeria Graphos Brasil.
No entanto, ele se queixa do custo Brasil.
— O país é um lugar maravilhoso, onde infelizmente não está muito fácil de viver hoje em dia. O material de trabalho, que é importado, coisas básicas como tinta acrílica, periféricos de computador ou qualquer outra coisinha produzida fora, tem custos impossíveis, e isso impede a produção de inovações que eventualmente precisem de matéria-prima do exterior. A violência e a corrupção também são grandes problemas, assim como o lento desenvolvimento do lado mais pobre da sociedade — avalia o italiano, sem se esquecer de enumerar o que mais admira: “uma energia indescritível”.

Arte brasileira é mais vivaz por sofrer menos influência do passado
Fídias destaca o fato de a arte gráfica brasileira ser mais vivaz e sofrer menos influências do passado, ao contrário do que acontece na Itália, onde ele acredita que os artistas sejam muito ligados às tradições. Isso tem seu lado bom, mas, ultimamente, tem travado a criatividade dos artistas do Belpaese:
— Muita gente se apoia no que foi feito há milhares de anos, mas não se liga nos feitos dos últimos 70 ou 100 anos. É muito parecido com a história do filho que tem a mesma profissão do pai: se o filho faz o que o pai fazia, fica bem difícil superá-lo. Nós ensinamos estilo por centenas de anos… E agora, eu acho, está um pouco perdido. O que se vê no Brasil é que os criativos fazem de tudo sem pensar muito. O resultado é uma linha estilística muito fresh, que muitas vezes fica bem irada, inovadora, sem semelhança no mundo. Cito Os Gêmeos, os melhores street artists no panorama da street art! O trabalho dele é totalmente diferente de todos os outros — analisa, referindo-se aos gêmeos Gustavo e Otávio Pandolfo.
Profundamente influenciado por diferentes subculturas, conseguiu desenvolver uma linguagem própria a partir de elementos de street art e do hip hop, aliando sua bagagem cultural às mais variadas técnicas de pintura, escultura e fotografia, além de incorporar inovações tecnológicas. Toda essa mistura resulta em um variado portfólio que agrada públicos variados, seja o amante da pintura, seja o amante da escultura, e desperta humor e reflexão. Suas pinturas e esculturas mostram um artista que alia a sua criatividade a questões contemporâneas como política, indústria cultural e consumismo.
— Não posso dizer como vejo o consumismo na sociedade de hoje, pois a sociedade de hoje é consumismo! Está presente em todos os níveis: humano, social, cultural, econômico e até no espiritual. As pessoas estão muito mal acostumadas a querer mais do que já possuem e perdem a oportunidade de viver o momento e curtir a realidade que vivem. A felicidade não está em possuir, mas em viver totalmente 100% o momento — defende o artista, que considera o mundo injusto em distribuição de riqueza.
Nos últimos anos, o artista tem realizado exposições coletivas e individuais em países como França, Estados Unidos, Indonésia e Suíça, além de Itália e Brasil, onde inaugurou, em maio do ano passado, sua primeira exposição solo com a coleção POP-Panties, na qual lançou seu olhar bem-humorado sobre a arte contemporânea através de 12 obras. Na série, nomes consagrados como Basquiat, Rauschenberg, Vik Muniz, Pistoletto, Andy Warhol, Jeff Koons e o próprio Fídias Falaschetti surgem retratados como bebês através de pinturas, onde cada peça foi exposta juntamente com uma obra original do artista homenageado, em um rico diálogo entre seus diferentes estilos.
— Queria mostrar esses grandes ídolos da pop art de uma forma comum, simples, sem a espetacularização que o tempo lhes colocou. Ao retratá-los como crianças, tudo toma uma forma mais relaxada, natural, e mostra o lado mais puro de pessoas comuns que fizeram grandes coisas — conta Fidias sobre a mostra criada especialmente para a Galeria Graphos, em Copacabana.
Entre os projetos para 2015, está uma exibição individual na Cidade do México, que pode incluir Londres no roteiro, como novas peças e instalações. As novas obras vão viajar pelo mundo e pelas feiras por meio da galeria que o representa: a Fabien Castanier Gallery.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.