Ela existe há décadas, mas, ao contrário do 3D, a realidade virtual ainda não criou um grande impacto na indústria do cinema, algo que um realizador de animações de Hollywood acredita que pode mudar – se os filmes forem bons o suficiente
Eric Darnell, que corroteirizou e dirigiu a franquia “Madagascar”, mostrou seu próprio filme de realidade virtual no Festival Internacional de Cinema de Veneza nesta semana, “Crow: The Legend”, no qual o espectador é imerso na história de um pássaro mítico que tem que voar até o sol para trazer o calor de volta à Terra.
Com um elenco de dubladores que inclui Oprah Winfrey, John Legend e Constance Wu, estrela de “Podres de Ricos”, “Crow” não tem nada de amador, mas a Baobab Studios de Darnell dará o filme de graça, ao invés de vendê-lo, como maneira de criar interesse pela mídia.
“Não espero que aconteça hoje, nem mesmo em seis meses”, disse ele quando indagado quando acha que a realidade virtual se popularizará.
“A tecnologia tem que melhorar, os visores têm que ficar mais baratos, o conteúdo tem que melhorar e isso é no mínimo tão importante quanto o resto”, afirmou Darnell.
“É aquela coisa do ovo e da galinha. Você pode fazer os melhores visores que puder, mas se não houve um grande conteúdo… para quê?”
Darnell disse que se sentiu atraído pela realidade virtual depois de ficar “um pouquinho cansado” de fazer animações convencionais.
“Quando coloquei visores de realidade virtual aquilo me enlouqueceu, e me lembrou da primeira vez que vi uma animação por computador no início dos anos 80… aquilo iniciou toda uma carreira para mim, e por isso, quando coloquei aqueles visores, me lembrou do que senti naquela época”.
Crow: The Legend
Em “Crow”, baseado em uma lenda indígena norte-americana, o espectador usa um capacete de realidade virtual e controles manuais para acompanhar o pássaro na aventura, usando as mãos para enviar ondas de energia virtual para ajudá-lo na jornada.
“Acho que a maneira de chegarmos lá é colocando o espectador dentro da história”, opinou Darnell.
“Não simplesmente mostrando uma história a eles, mas colocando-os dentro da história para que outros personagens reconheçam que o espectador está lá e que isso significa algo para eles, que você está no mundo deles”.
O Festival de Cinema de Veneza vai de 29 de agosto a 8 de setembro.
(Reuters)