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Esqui com vista para o mar

26 de dezembro de 2016 - Por Comunità Italiana
Esqui com vista para o mar

Esqui com vista para o marCom parques nacionais e regionais, cidades artísticas, castelos, fortalezas e uma cidade dinâmica e jovial como Pescara, Abruzzo satisfaz os turitas mais exigentes

Em mais uma etapa da viagem de Comunità pelas regiões italianas, vamos até Abruzzo, no coração da Itália. Nesta terra povoada por pouco menos de um milhão e meio de habitantes, é possível esquiar e ao mesmo tempo apreciar a vista para o mar. Da costa de 130 quilômetros de extensão, pode-se subir em direção às doces colinas e alcançar quase três mil metros de altitude do Corno Grande, o cume mais alto de todo o maciço do Gran Sasso. Em Abruzzo, existem três parques nacionais e um parque regional, no interior dos quais são controlados e protegidos vários exemplares de camurças, lobos, ursos e águias reais. São numerosos burgos antigos, cidades artísticas, castelos e fortalezas, começando pela capital Aquila e por lugares encantados como Santo Stefano di Sessanio, Calascio, Castel del Monte, Civitella del Tronto e muitos outros centros. Na costa, emergem cidades de praia como Vasto e Ortona, além da jovem e dinâmica Pescara, a cidade mais povoada da região, capital do comércio e da balada. Quem nos acompanha na descoberta do território abruzzese é Giovanni Lolli, vice-presidente da região e coordenador nacional da Comissão de Turismo da Conferência das Regiões.

ComunitàItaliana — Como o senhor descreveria a sua região ao nosso vasto público de leitores?
Giovanni Lolli — Abruzzo é um território que, do ponto de vista turístico, consegue oferecer um produto especial, capaz de satisfazer as necessidades de um mercado exigente. A particularidade dá-se, sobretudo, por uma montanha que, desde sempre, é considerada o coração dos Apeninos e por um mar que consegue acolher as famílias em estruturas muito bem equipadas. Principalmente no que se refere ao produto montanha, a lista das cidades é muito longa; mas quero sublinhar a particularidade de um território, único na Itália, que possui os três parques nacionais de Abruzzo, Lácio e Molise, da Majella-Morrone e do Gran Sasso-Monti della Laga, e outras diversas reservas regionais. A escolha de tutelar o território é fruto de uma política que permaneceu invariada ao longo dos anos, justamente porque os governos regionais que se sucederam na administração da res publica entenderam a verdadeira missão do território, atendendo neste sentido também as necessidades e os exigências das populações locais. O resultado é um território protegido, que consegue colocar em primeiro lugar as belezas naturais, inseridas em um contexto de desenvolvimento sustentável tido como exemplo em nível europeu. Ao lado desta peculiaridade, existem a riquezas dos burgos e de sua história, feita de testemunhos que permaneceram genuínos no tempo. Abruzzo, graças à sua posição central no contexto italiano e à sua proximidade a Roma, representa desde sempre uma confluência na história deste país. Somente através de uma visita percebe-se quanto a região influiu na história da Itália.

CI — Qual é o valor agregado que Abruzzo é capaz de oferecer quando se trata de experiência turística?
GL — Com certeza a multiplicidade de experiências. Aqui é possível passar, em poucas horas, da montanha ao mar, mantendo viva a sensação de encontrar-se em um ambiente não poluído. É esta a verdadeira força desta região, que pode contar com um sistema infraestrutural de grande destaque, com estradas, rodovias e ferrovias que permitem chegar a todos os centros. A capacidade de mobilidade é um outro ponto forte da proposta turística, à qual se adiciona a capacidade de uma empresa turística que responde a todos os critérios de acolhimento. Em resumo, em Abruzzo, o turista tem a possibilidade de escolher sem ter que mudar as próprias escolhas e tem sempre garantido um nível de serviços qualitativamente elevados.

CI — A região de Abruzzo, em 2009, foi duramente atingida por um terremoto, que teve como epicentro Aquila, com fortes danos a seu esplêndido centro histórico. Quanto incidiu este evento catastrófico sobre a economia turística local e a que ponto está a reconstrução das áreas atingidas?
GL — O terremoto de 2009 atingiu uma das cidades-símbolo, que, ao longo dos anos, colocara-se como confluência política, administrativa, histórica e cultural da região. É claro que o terremoto, justamente por causa da centralidade da cidade na vida da região, incidiu em tudo em Abruzzo. A economia turística naturalmente sentiu, sobretudo em 2009 e em 2010. Porém, já em 2011, registramos dados de recuperação do turismo. O percurso para se voltar à normalidade ainda não terminou, mas hoje podemos dizer que o turismo voltou a ser o setor da economia que produz uma grande riqueza. Naturalmente foi muito difícil o percurso de reconstrução. Reconstruir uma cidade com uma história de primeiríssimo nível, com uma riqueza arquitetônica e artística de valor internacional, não é trabalho para qualquer um. Tenho que dizer, no entanto, que nestes últimos dois anos, a reconstrução da cidade e de seu tecido econômico e cultural registrou uma importante aceleração.

CI — As montanhas abruzzesi são consideradas muito fascinantes e sugestivas, mas ainda não suficientemente equipadas para atrair grandes fluxos turísticos. Em outros lugares do globo, da Áustria à Patagônia, foram criados percursos bem sinalizados, que ligam os vários relevos montanhosos a refúgios equipados e ecologicamente compatíveis, capazes de atrair milhares de pessoas. O que falta para Abruzzo fazer o mesmo?
GL — Nos últimos anos, tomamos uma estrada que vai justamente nesta direção. Tenho a dizer que não partimos do zero, isto é, a montanha abruzzese possui os serviços das cidades turísticas de montanha mais famosas do mundo. Não por acaso, como região, financiamos um grande projeto ligado às trilhas das montanhas mais importantes do território. Mas temos que dizer que muitas já possuem os refúgios aos quais o senhor faz referência; e não é um acaso que atraiam a atenção de grandes escaladores. Quanto aos serviços, o turismo de montanha abruzzese não é qualquer um: o turismo de inverno, hoje, pode contar com o maior complexo de esqui dos Apeninos; com equipamentos de subida capazes de abrigar 30 mil esquiadores por hora e com um equipamento de neve artifical programado de alto nível. Com certeza, não temos as temperaturas rígidas dos Alpes, mas o fato de a região conseguir garantir neve para esquiar durante toda a temporada já diz muito sobre o esforço organizador e o investimento feito pelos operadores do setor.

CI — A região é também terra de excelências enogastronômicas.
GL — Em Abruzzo, o turista vive e come bem. E garanto que não é apenas modo de dizer. Esta é uma região que possui uma variedade de excelências enogastronômicas importante. Nos últimos anos, os mercados turísticos internacionais primeiro descobriram e depois reconheceram o valor de nossas excelências enogastronômicas. Estou me referindo não só ao vinho, que obteve e ainda obtém contínuos reconhecimentos de nível internacional, mas também à cozinha, feita de produtos genuínos e não contaminados, que consegue garantir padrões qualitativos muito altos. Todas as regiões da Itália possuem força para apresentar um próprio produto enogastronômico de nível: em Abruzzo, acrescento, temos algo mais ligado sobretudo à genuinidade das matérias-primas e à capacidade de invenção de cada restaurante. Ademais, Abruzzo é uma das poucas regiões que pode se gabar de um artista da boa comida como Niko Romito, que recebeu três estrelas Michelin.

CI — O que indicam em nível quantitativo as últimas tendências relativas aos fluxos turísticos em Abruzzo?
GL — Em Abruzzo, a presença turística dos últimos dois anos alcançou números confortantes. O território superou brilhantemente o choque do terremoto, mesmo tendo tocado áreas regionais de alto valor turístico. Se, portanto, o mercado parece responder bem, também é verdade que a nossa tarefa é colocar em campo políticas de marketing territorial capazes de apresentar o território e promovê-lo em sua completude. Em relação às presenças turísticas, os dados que temos mostram que, em 2014, registramos cerca de 5,5 milhões de presenças e 1,2 milhão de chegadas. Quanto ao turismo estrangeiro, os números indicam 870 mil presenças e 172 mil chegadas. Entre estas, 7.595 são presenças e 1.954 chegadas de turistas brasileiros. Registramos uma leve queda de presenças, em torno de 100 mil a menos, enquanto há um visível aumento das chegadas, com um incremento de 200 mil visitantes.

CI — Qual é, em linhas gerais, o perfil do turista estrangeiro que escolhe passar as férias em Abruzzo e qual é o tipo de turista a quem vocês se dirigem?
GL — O turista que vem a Abruzzo é um turista que busca tranquilidade, que quer viver em íntimo contato com a natureza, que quer comer bem e ter os melhores serviços turísticos, que pede ao território para ser envolvido neste clima especial que somente a nossa região é capaz de infundir. Na era da globalização, para dizer a verdade, é muito difícil traçar um perfil do turista. As possibilidades de mobilidade que hoje são oferecidas pelo mercado internacional de transporte abriram novos cenários até pouco tempo impensáveis. Isto permitiu a milhões de turistas moverem-se com relativa facilidade e, portanto, parece difícil, mas especialmente redutivo, desenhar um perfil do turista que vem até nós.

CI — Quanto incide a indústria do turismo sobre a economia da região?
GL — O turismo tem uma importância especial no nosso sistema econômico. A região de Abruzzo, desde sempre, representou um ponto de referência para o turismo nacional e estrangeiro. Nos últimos anos, a chegada de estrangeiros que investiram no território em termos imobiliários trouxe um novo dinamismo para a economia regional até pouco tempo atrás impensável. É bom esclarecer que Abruzzo não possui uma economia exclusivamente rural ou agrícola, como pode-se pensar e como a história conta. Sob este aspecto, em proporção com outras realidades, a indústria abruzzese alcançou níveis de tecnologia e inovação elevados. O turismo, neste contexto, consegue dar uma contribuição, em termos de PIB, entre 12 e 13%. Nada mal se pensamos que, no PIB nacional, o turismo incide em 10.2%. Estamos, portanto, acima da média nacional, com perspectivas de crescimento satisfatórias.

CI — O que está fazendo e ao que está dando importância, em linhas gerais, a administração regional para valorizar a indústria do turismo?
GL — Diferentemente do que aconteceu no passado, o atual governo regional colocou em prática uma estratégia própria para incentivar o turismo. Há poucas semanas, concluiu-se o Abruzzo Open Day Winter, o maior evento turístico já realizado em Abruzzo para a promoção do produto montanha. Abrimos durante uma semana as portas da região a todos aqueles que queriam conhecer e descobrir as cores do nosso outono. Fizemos isso em acordo com todos os operadores turísticos regionais e com todas as Dmc que promovem o produto no território. A hospitalidade que oferecemos não é fruto de uma promoção comercial deste ou daquele operador turístico, mas é a hospitalidade que Abruzzo, em sua completude, quer dar aos turistas. A mensagem que quisemos passar é clara: este á uma região capaz de garantir hospitalidade e serviços turísticos em qualquer momento da temporada e, sobretudo, em qualquer canto do território. Anos atrás existiam muitas áreas que não tinham a menor consciência da hospitalidade turística. Hoje, temos centenas e centenas de iniciativas particulares que nos pequenos centros colocam no mercado acolhência turística de qualidade e valor. Este é o verdadeiro crescimento de Abruzzo.

CI — O Brasil é o país com o maior número de cidadãos descendentes de imigrantes de origem italiana: o senhor acha que este aspecto pode favorecer um maior interesse dos brasileiros com relação à Itália e, portanto, a Abruzzo que, aliás, é historicamente terra de emigração?
GL — É claro que existe uma atenção especial, mas é necessário esclarecer alguns aspectos. O turismo de retorno é um fenômeno que em Abruzzo, mas também em todo o sul da Itália, está diminuindo. A geração que emigrou nos anos 1960 ainda possui contatos com a terra de origem; já a nova geração, menos. O nosso objetivo é alcançar esta geração, que poderia estar interessada em vir para Abruzzo, em virtude de uma ligação forte que talvez os pais tivessem. A isso temos que acrescentar, então, o interesse pela descoberta de novas realidades e pelas belezas e as atrações turísticas que somente este território é capaz de oferecer. É a chamada originalidade do produto turístico, que naturalmente interessa também aos filhos de imigrantes abruzzesi que nasceram em país estrangeiro e que pouco conhecem a respeito do país de origem dos pais. Isto poderia ser um outro aspecto deste desafio geral que temos o dever de lançar para melhorar o turismo regional.

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.