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O ceticismo de muitos em torno da União Européia se dá principalmente pela grande diferença de realidades entre as nações que compõem o bloco. Se a Grécia não é a Alemanha, a Itália não é a Finlândia. As regras simétricas impostas aos países custaram caro para as populações que viram suas economias minguarem nos últimos anos. A contenção de despesas públicas e o corte de taxas é uma tentativa de equilibrar as finanças e incentivar o consumo. Mas dar um eixo a países com históricos de comportamento tão diferentes não é tarefa simples e novos modelos estão sendo estudados para dar maior dinamismo ao mercado comum europeu, principalmente depois da última reunião do Fórum Econômico Mundial.
O evento, que aconteceu no fim de janeiro nos Alpes suíços de Davos, teve momentos de grande audiência para uma platéia européia atenta como numa sala de aula. Os destaques foram para as conferencias do premier do Japão, Shinzo Abe, que contou como o seu país deu a volta por cima; para o primeiro ministro britânico David Cameron; e, não poderia faltar, para o discurso da presidente Dilma Rousseff. Três histórias com diferenças gigantescas, principalmente do ponto de vista político-ideológico, mas com um ponto convergente: a enérgica ação pública.
Enquanto os dois primeiros mostraram com números exuberantes e medidas de enxugamento da máquina pública os resultados positivos, nossa líder brasileira jogou sobre os ouvintes um sem número de projetos públicos que passam por aeroportos, redes ferroviárias de alta velocidade, banda larga, portos… tudo a ser feito.
Fato é que a tentativa vitoriosa desses países de alguma forma deu ânimo também para a Europa e é consenso entre os líderes europeus que as próximas escolhas estratégicas devem mudar o patamar de estados proprietários ineficientes e acomodados para um dinamismo capaz de gerar emprego com qualidade de vida.
Nos próximos 20 anos, segundo previsão formulada pela universidade de Oxford, 47% dos trabalhos de hoje serão automatizados e isso requer prever também como se comportará o mercado e quais serão as habilidades profissionais mais requisitadas.
Não se pode voltar atrás no percurso da União Europeia. Isso significaria renunciar aos fundos estruturais, a livre circulação das pessoas e mercadorias, à solidariedade do Banco Central e dos mecanismos criados após a crise. Entre ir para frente e voltar atrás, mesmo os menos euro-entusiastas concordam que a estrada é a que segue adiante.
Os pesquisadores italianos estão entre os melhores do mundo e os produtos derivados de seus trabalhos frequentemente ajudam a sociedade com soluções nos mais diversos campos. Entre os cientistas premiados com subvenções para este ano pelo European Research Council (ERC), a Itália aparece com 46 bolsistas, atrás apenas da Alemanha, com 48, e bem distante de países como França, 33, Grã Betanha, 31, e Países Baixos, 27.
Boa leitura!