Comunità Italiana

Ex-agente de Reagan aponta falhas em segurança de premier

O especialista em segurança Joseph LaSorsa, que trabalhou como agente do ex-presidente norte-americano Ronald Reagan, afirmou que o ataque contra Silvio Berlusconi ocorreu por falhas da equipe responsável por garantir a integridade física do premier italiano.
   
Na noite de domingo, após um comício de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), em Milão, o primeiro-ministro foi atingido no rosto por um souvenir de ferro. O impacto causou uma fratura no septo nasal, cortou o lábio superior e quebrou dois dentes de Berlusconi. Espera-se que o premier deixe amanhã o Hospital San Raffaele, para onde foi levado imediatamente após o ataque.
   
"A agressão aconteceu porque o serviço de segurança cometeu três erros", afirmou LaSorsa, que foi agente especial do serviço secreto dos Estados Unidos durante 20 anos e trabalhava para a presidência norte-americana em 1981, quando Reagan levou um tiro em um atentado. O então mandatário sobreviveu, sem maiores sequelas.
   
De acordo com o ex-agente presidencial, o erro mais grave que possibilitou o ataque a Berlusconi foi a falta de controle da multidão que se encontrava na praça do Duomo (catedral) de Milão, onde ocorreu o comício do PDL.
   
"Quando um líder está em lugares lotados, devem existir ao redor dele espaços e corredores que permitam aos agentes manter as pessoas à devida distância", explicou em entrevista ao jornal La Stampa.
   
A segunda falha de segurança foi a ausência de um percurso protegido até o carro do premier — Berlusconi foi atacado quando cumprimentava eleitores e estava prestes a entrar no veículo.
   
"Uma das maiores vulnerabilidades está no momento em que o carro sai ou chega", acrescentou La Sorsa. Por isso, o aconselhável é posicionar o automóvel em um local seguro, como por exemplo atrás de um prédio ou, "melhor ainda", sob uma cobertura que impeça os presentes de verem onde o veículo se encontra exatamente.
   
O terceiro erro seria "a falta de controle, investigação ou detectores de metal para filtrar as pessoas que se avizinhavam" ao premier italiano.
   
LaSorsa disse ainda que "os responsáveis pela escolta de Berlusconi passarão agora por um período longo e difícil de revisão dos procedimentos".
   
Ontem, o ministro do Interior da Itália, Roberto Maroni, compareceu a uma reunião em Milão para avaliar os motivos que possibilitaram a agressão. Após o encontro, ele anunciou à imprensa que será estudada a adoção de novas medidas de proteção ao premier.
 
 
 
Fonte: Ansa