Será inaugurada nesta quinta-feira (1), no Museu das Culturas de Milão, na Itália, uma exposição da pintora mexicana Frida Kahlo
Muitas das obras que serão expostas foram doadas por colecionadores. Uma das maiores atrações será a primeira pintura feita pela artista, um retrato que foi considerado desaparecido e nunca exibido antes.
Apesar de tantas atrações, o quadro “Meu nascimento”, um dos mais famosos da pintora mexicana não estará na exposição. A obra é propriedade da cantora Madonna que se recusou a emprestar o quadro para o museu.
“Eu escrevi a Madonna para pedir um empréstimo do quadro e ela disse: ‘Nunca me separo das minhas duas meninas’”, disse o curador da exposição, Diego Sileo.
Frida Kahlo foi uma das artistas mais famosas não só do Mexico, mas como do mundo. A sua vida foi baseada em superações e sofrimentos, que foram retratados em seus quadros, e a tornaram uma das pintoras mais influentes do século XX. (ANSA)
Frida Kahlo
Frida Kahlo nasceu em 6 de julho de 1907 na casa de seus pais, conhecida como La Casa Azul (A Casa Azul), hoje Museu Frida Kahlo, em Coyoacán, na época uma pequena cidade nos arredores da Cidade do México e hoje um distrito.
Ao contrário de muitos artistas, Kahlo não começou a pintar cedo. Embora o seu pai tivesse a pintura como um passatempo, Frida não estava particularmente interessada na arte como uma carreira. Seu interesse só se desenvolveu a partir de 1922 , quando começou a frequenta a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e assistir aulas de desenho e modelagem.
Em 1925, aos 18 anos, aprendeu técnicas de gravura com Fernando Fernandez. Entretanto acabou ficando internada vários meses no hospital devido a um grave acidente. Um bonde, no qual viajava, chocou-se com um trem. O pára-choque de um dos veículos perfurou-lhe as costas, causando uma fratura pélvica e hemorragia. Tal acidente obrigou-a a usar coletes ortopédicos de diversos materiais, e ela chegou a pintar alguns deles (como o colete de gesso da tela intitulada A Coluna Partida’).
Durante a sua longa convalescença, começou a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama.
Em 1928, entrou no Partido comunista mexicano e conheceu o muralista Diego Rivera, com quem se casa no ano seguinte. Sob a influência da obra do marido, adotou o emprego de zonas de cor amplas e simples, num estilo propositadamente reconhecido como ingênuo. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adotava com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México.
Em 1938, André Breton qualificou sua obra de surrealista em um ensaio que escreveu para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declarou mais tarde: Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade.