Turismo italiano espera atrair mais visitantes brasileiros para destinos ao sul da capital do país, como Puglia, Nápoles e Sicília

A Campânia foi a região de destaque no espaço dedicado à Itália durante a 43ª Abav, feira internacional de turismo que aconteceu de 24 a 26 de setembro no Anhembi, em São Paulo. Mais de 32 mil pessoas passaram pelo evento, que reuniu 3.100 marcas expositoras, entre órgãos oficiais de turismo, redes de hotéis e companhias aéreas. Com o apoio da Enit (Agenzia Nazionale del Turismo), oito operadoras de turismo italianas apresentaram seus produtos.
— Como já fazemos um trabalho forte de divulgação dos destinos italianos o ano todo, a Abav acaba sendo mais uma oportunidade de fazer contatos com novas operadoras brasileiras. A Itália já é um destino bastante conhecido e sempre despertou interesse do mercado de turismo do Brasil — disse Roger Zichelli, representante da Enit em São Paulo.
Este ano, o órgão italiano concentrou esforços em divulgar a região da Campânia, especialmente a Costa Amalfitana e a cidade de Nápoles. Formada por mais de uma dezena de pequenas comunas debruçadas sobre o mar Tirreno, na província de Salerno, a Costa Amalfitana é uma das mais belas regiões da Itália. Algumas de suas localidades, como Amalfi e Positano, já são nomes conhecidos dos brasileiros, mas para a Enit o destino tem capacidade de atrair um número muito maior de turistas do país. O mesmo vale para Nápoles, a duas horas de Roma — uma cidade pouco visitada por brasileiros.
Entre as atrações da capital da Campânia, estão seu centro histórico, considerado Patrimônio Mundial da Unesco, e o Museu Arqueológico Nacional. Nápoles também é porta de entrada para Pompeia, antiga cidade do Império Romano destruída em 79 d.C. após uma erupção do Vesúvio. Localizadas a 22 km de Nápoles, as ruínas recebem mais de 2,5 milhões de visitantes todos os anos.
— Conseguimos fechar diversos negócios e notamos um grande interesse das operadoras, que já chegavam ao estande informadas e focadas em destinos específicos. Sicília e Puglia têm um grande potencial de atrair brasileiros, com aspectos que agradam muito aos turistas daqui, como as praias e a gastronomia baseada em frutos do mar. Queremos que esses lugares sejam mais conhecidos — disse Zichelli.
Para divulgar a Puglia, a Enit está levando seis operadoras brasileiras para o evento ByPuglia, em outubro, em Bari.
— Estamos trabalhando para que os brasileiros conheçam outras cidades e regiões além de Milão, Roma, Toscana e Veneza. Este mês, temos o início da temporada de inverno, e a Itália possui mais estações de esqui do que a Suíça. Mas poucas pessoas no Brasil sabem disso. Além de ser um país com paisagens muito diversas, é ótimo destino para o turismo enogastronômico e viagens mais focadas em experiências — continuou Zichelli.
Para ele, é exatamente esse perfil que tem ajudado o país a escapar dos efeitos da crise e da desvalorização do real.
— Por enquanto não notamos uma diminuição no número de turistas. O fato de a Itália não ser conhecida como um destino de compras, como acontece com muitas cidades dos Estados Unidos, ajuda a manter o número de visitantes, uma vez que as pessoas já viajam com o intuito de gastar menos. Além disso, as operadoras estão fazendo muitas promoções para atrair viajantes — explicou Zichelli.
Este ano, a Enit espera que o número de turistas brasileiros na Itália chegue a um milhão de pessoas. No ano passado, foram registrados 850 mil viajantes do Brasil no país.

Turismo religioso não se resume ao Vaticano
Para Alexandre Ferreira, representante da operadora italiana Rusconi Viaggi, que atua há mais de 15 anos no Brasil, o turismo religioso vem crescendo a cada ano.
— Estamos notando um aumento na procura de evangélicos, mas nosso público é formado principalmente por católicos e todos desejam conhecer o Vaticano — disse Ferreira.
A cidade do Vaticano recebe milhares de turistas e peregrinos, tanto na basílica de São Pedro quanto nos Museus Vaticanos, onde se encontra a Capela Sistina. Às quartas, dia da audiência papal, e aos domingos, dia da bênção papal, os peregrinos lotam a praça São Pedro na esperança de ver o papa Francisco. Assis, na Úmbria, local de nascimento de São Francisco e Santa Clara, e Pádua, na região do Vêneto, onde Santo Antônio passou boa parte de sua vida, também fazem parte dos roteiros.