Vice-primeiro-ministro italiano, Luigi Di Maio, se reuniu e manifestou apoio aos manifestantes franceses
A França convocou seu embaixador na Itália depois do que chamou de “ataques infundados e sem precedentes” de líderes políticos italianos nos últimos meses, e exortou a Itália a retomar uma postura mais amistosa.
“A França vem sendo, há vários meses, o alvo de ataques infundados e repetidos e declarações revoltantes”, disse o Ministério das Relações Exteriores francês em comunicado.
O texto afirma que os ataques italianos são inéditos desde a Segunda Guerra Mundial. “Isso é sem precedentes, desde o fim da guerra (…) A última interferência é uma provocação adicional e inaceitável”, diz a nota. “Ter desentendimentos é uma coisa, mas manipular o relacionamento com fins eleitorais é outra”.
Os dois vice-primeiros-ministros da Itália, Matteo Salvini, do partido de direita Liga, e Luigi Di Maio, do movimento populista antiestablishment 5 Estrelas, provocaram o presidente francês, Emmanuel Macron, a respeito de uma série de questões polêmicas recentemente.
“Todas essas ações estão criando uma situação séria que está despertando dúvidas sobre as intenções do governo italiano em relação à França”, disse a chancelaria francesa
Na última terça-feira, Di Maio se reuniu na região de Paris com integrantes do movimento dos “coletes amarelos”, mobilizados por várias semanas contra a política fiscal e social do presidente Emmanuel Macron. Já na véspera dessa reunião, a chancelaria francesa havia classificado o encontro como uma “nova provocação inaceitável”.
Di Maio disse que o Movimento 5 Estrelas, do qual é líder, está disposto a ajudar os manifestantes franceses e acusou a França de promover a crise de imigração na Europa.
“Esta nova provocação é inaceitável entre países vizinhos e sócios dentro da União Europeia (UE)”, comentou um porta-voz da chancelaria francesa.
“Di Maio, que tem responsabilidades governamentais, deve velar por não afetar com suas repetidas ingerências as nossas relações bilaterais, tanto pelo interesse da França como da Itália”, acrescentou.
No início de janeiro, Di Maio já havia dado seu apoio aos “coletes amarelos”.
O movimento dos “coletes amarelos” protesta desde meados de novembro devido aos baixos salários, à pressão fiscal e em defesa do poder aquisitivo. O movimento tem entre seus seguidores simpatizantes da extrema direita. Embora profundamente divididos, continuam se manifestando todos os sábados, há 12 semanas. (G1)