BUENOS AIRES – O relançamento das relações econômicas e políticas entre a Itália e a Argentina são o objetivo principal da visita do chanceler italiano Franco Frattini, que se reunirá em Buenos Aires com a presidente Cristina Fernández de Kirchner e com o seu colega Héctor Timerman.
Frattini planejava visitar outros países da América Latina, mas a viagem ficou limitada a Buenos Aires em consequência das duas frentes complicadas que acompanha em Roma: a situação na Líbia e a emergência na ilha siciliana de Lampedusa devida aos imigrantes vindos do norte da África.
A de Frattini é a primeira visita de um chanceler italiano à Argentina em uma década e o seu objetivo principal é revitalizar as relações bilaterais, após a maior proximidade entre Roma e Buenos Aires alcançada nos últimos meses.
Para princípios de junho também se espera a visita a Roma da presidente Cristina, após convite do chefe de Estado italiano, Giorgio Napolitano.
O pano de fundo da visita de Frattini é a Comissão Económica Bilateral, que não se reunia há oito anos e cujos trabalhos foram iniciados em Buenos Aires pelos vice-chanceleres Enzo Scotti e Luis Maria Kreckler.
Frattini e Timerman, que nos últimos meses se viram em duas ocasiões (uma em Nova York e outra em Roma), encerrarão a Comissão, em um ato que deverá ter 10 acordos assinados.
Entre as principais questões em debate se destacam as econômicas de interesse mútuo, além dos cenários distintos das crises internacionais. O foco das reuniões também inclui o comércio, os investimentos, a ciência e a universidade, a defesa, o turismo e o transporte aéreo, além de assuntos sobre o "diálogo político", com questões multilaterais como a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, as missões de manutenção da paz e a cooperação em fóruns como o G-20.
A visita de Frattini também será uma oportunidade de encontro entre os representantes de algumas das muitas empresas italianas – grandes, médias e pequenas – presentes no país, entre os quais o presidente da Telecom Italia, Gabriele Galateri e o gerente-geral do grupo energético Enel, Fulvio Conti.
A visita também inclui uma componente cultural, em coincidência com a exposição – nos próximos três meses, no Museu Nacional de Belas Artes de Buenos Aires – da imponente escultura do "Doríforo" de Policleto, que pela primeira vez saiu da Itália, do Museu de Arqueologia de Nápoles, para viajar para a Argentina.
Além desta exposição, promovida por Telecom Italia, Pirelli, Enel e Generali da Argentina, e no contexto da celebração dos 150 anos da Unidade da península, para os próximos meses estão previstos outros eventos culturais em Buenos Aires, incluindo um concerto dos "Solisti Veneti" e uma mostra sobre "Cartografia Antiga da Itália".
Outros assuntos debatidos ao nível bilateral serão a Exposição Internacional de Milão em 2015 e a 5ª Conferência Itália-América Latina e Caribe, que se realizará em outubro em Roma. (ANSA)