O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, defendeu nesse último sábado (14) os ataques realizados pelos Estados Unidos, França e Reino Unido contra a Síria na noite de sexta-feira(13), mas fez um alerta sobre a escala de violência e informou que seu país não forneceu bases militares para ajudar na ofensiva
“Esta foi uma ação limitada e direcionada a atingir a capacidade de construir ou de difundir armas químicas. Não pode e não deve ser o começo de uma escalada”, afirmou Gentiloni.
Durante um discurso no Palazzo Chigi, o premier italiano ressaltou que está na hora de “banir as armas químicas e trabalhar para proporcionar estabilidade, diplomacia e pluralismo para a Síria depois de sete anos de um conflito problemático e terrível”.
Segundo ele, essa é a declaração que “a Itália tem reiterado nos últimos dias e continuará a reiterar”.
Nesta manhã, Gentiloni também conversou com o presidente italiano, Sergio Mattarella, e com a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, sobre a crise síria durante um telefonema.
Segundo fontes do governo, ambos enfatizaram que o bombardeio realizado contra o regime de Bashar al-Assad não influenciará a guerra na Síria.
Os ataques liderados pelo presidente norte-americano, Donald Trump, ainda causaram polêmica entre outros políticos italianos
Mais cedo, o secretário da Liga, Matteo Salvini, foi contra ao ato. “Eles ainda estão procurando as armas químicas de Saddam, estão pagando pela guerra insana na Líbia, e alguém com gatilho fácil insiste com ‘mísseis inteligentes’, ajudando terroristas islâmicos quase derrotados”, escreveu o candidato a primeiro-ministro da Itália em sua conta no Twitter.
“O ataque à Síria nesta noite foi errado. Eu aprecio a intervenção de Gentiloni que não concedeu nossas bases”, disse o líder da Liga.
Já o presidente da Câmara dos Deputados, Roberto Fico, reforçou que “dada a situação na Síria é importante que o Parlamento seja informado o mais rapidamente possível”.
“O Movimento Cinco Estrelas (M5S), ao mesmo tempo em que permanece ao lado de seus aliados, expressa preocupação com as fortes divisões que continuam a se registrar no Conselho de Segurança da ONU”, informou os representantes da legenda na Câmara e Senado, Giulia Grillo e Danilo Toninelli.
O líder do M5S, por sua vez, expressou preocupação com a ofensiva. “Estamos preocupados com o que está acontecendo e acreditamos que na Síria precisamos acelerar o trabalho da diplomacia, aumentando os canais de assistência humanitária. O uso de armas químicas, como eu disse, é intolerável, mas espero que o ataque de hoje permaneça limitado e circunscrito e não represente o começo de uma nova escalada”, disse.
O ex-primeiro-ministro e líder do Força Itália, Silvio Berlusconi, rejeitou o comentário de Salvini e disse que “nestas situações é melhor não pensar e dizer nada”. No entanto, ressaltou que ” é um ataque a alvos específicos contra os locais relacionados com a produção de armas químicas que traduz o princípio internacional de condenação dessas armas”. (Agência ANSA)