O governador da região italiana de Lazio, Piero Marrazzo, decidiu se afastar temporariamente do cargo em meio a um escândalo desencadeado pela prisão de quatro policiais que tentaram chantageá-lo com a ameaça de que divulgariam um vídeo no qual o político é flagrado na companhia de um transexual.
"Disse a verdade aos magistrados antes de que toda esta situação se tornasse pública", disse, em nota, o governador, membro do Partido Democrata (PD), principal força de oposição ao governo do premier Silvio Berlusconi.
"A investigação está sendo realizada rapidamente, graças aos depoimentos tomados desde o início [do caso] com a máxima transparência", complementou.
De acordo com ele, "trata-se de uma situação pessoal na qual entraram em jogo debilidades inerentes à minha esfera privada, e na qual sempre agi sozinho".
Os policiais acusados de tentar extorquir Marrazzo estão detidos na penitenciária Regina Coeli, em Roma, capital da região de Lazio, uma das mais importantes da Itália.
Luciano Simeone, Antonio Tamburrino, Carlo Tagliete e Nicola Testini foram interrogados pelo juiz Sante Spinaci e são acusados de extorsão e violação da privacidade e de domicílio. Os quatro teriam pedido 80 mil euros ao governador pelo vídeo.
O caso logo tomou as páginas dos jornais do país. Com a decisão de se afastar, Marrazzo deixará o cargo a seu vice, Esterino Montino.
Segundo disse o próprio governador, isto deverá abrir caminho para sua renúncia. "Levando em consideração importantes medidas de governo e legislativas que deverão ser tomadas de imediato, decidi iniciar um percurso que leve à minha renúncia", explicou ele.
Em um comunicado, o PD avaliou como "responsável" a postura. "A decisão de renunciar, por meio de um breve percurso que garanta o funcionamento da região, é um ato de responsabilidade", diz o texto.
Marrazzo, de 51 anos, é um ex-jornalista que fez carreira na TV pública e assumiu a gestão de Lazio em 2005.
Fonte: Ansa