Empresa fez alerta ao Ministério de Infraestrutura em carta
(ANSA) – A Guarda de Finanças da Itália apreendeu nesta quarta-feira (29) documentos relacionados a ponte Morandi, em Gênova, que inclui uma carta datada de 28 de fevereiro deste ano, na qual a empresa Autostrade alerta o governo sobre os riscos de segurança do viaduto.
De acordo com o documento, publicado pela revista “L’Espresso”, na época, o diretor de manutenção da empresa, Michele Donferri Mitelli, pediu para o Ministério de Infraestrutura da Itália acelerar a aprovação do projeto de reforço da Ponte Morandi para “garantir a segurança necessária para aumentar o viaduto Polcevera”.
“O projeto tinha o objetivo de melhorar a vida útil da infraestrutura, de modo que a interpretação do L’Espresso de que teria sido uma ?carta de alarme? seria absolutamente enganadora e falsa”, concluiu o texto.
No último dia 14 de agosto, parte do viaduto desabou e matou 43 pessoas. A empresa Autostrade per I’Italia, concessionária da ponte, já anunciou que reconstruirá o local em oito meses. No entanto, as causas do colapso ainda estão sendo investigadas.
O sistema da construção é baseado em uma ponte estaiada, mas com as pistas suspensas por cabos de concreto, e não de aço, como é mais comum. A primeira hipótese é de que uma bolha de ar dentro de uma coluna de concreto tenha sido responsável por corroer e enferrujar os cabos de aço.
O defeito teria surgido durante a fase de “injeção” do cimento que incorpora os fios e os cabos de aço ao longo da reforma.
Desalojados
O banco Intesa Sanpaolo anunciou hoje que está “pronto para cancelar hipotecas na zona vermelha atingida pelo desabamento da ponte Morandi e para apoiar as famílias e empresas com outras intervenções”.
A instituição de crédito já havia alocado um valor de 4,5 milhões para a “remissão unilateral de hipotecas da primeira casa dos edifícios que serão declarados inutilizáveis”.
A queda da ponte desalojou 252 famílias dos edifícios que ficam embaixo da estrutura, o que totaliza mais de 600 pessoas.