Líder do movimento voltou a cobrar apoio de partidos rivais
DA ANSA
O líder do partido antissistema italiano Movimento 5 Estrelas (M5S), Luigi Di Maio, postulante ao cargo de primeiro-ministro, afirmou neste sábado (10) que um governo que não inclua a legenda seria um “insulto à democracia”.
A declaração chega enquanto os partidos da Itália se movimentam para tentar formar um novo gabinete, já que nenhuma sigla ou coalizão conseguiu maioria no Parlamento para comandar o país sozinha.
Com 222 assentos na Câmara e 112 no Senado, o M5S terá de juntar mais 94 para obter a maioria na primeira (316 de 630) e 49 no segundo (161 de 320). Mas, até o momento, ninguém se mostrou disposto a apoiar o movimento.
“Neste momento, o M5S é determinante, um governo sem nós não pode existir, a menos que – e seria um clamoroso insulto à democracia – decidam fazer um governo de todos contra nós, mas, neste caso, seria o fim deles”, declarou Di Maio em um vídeo postado no Facebook.
A atual lei eleitoral do país, aprovada no ano passado, sem o voto do M5S, beneficia as coalizões, enquanto o partido fundado por Beppe Grillo sempre se mostrou contrário a se aliar às legendas tradicionais. O movimento foi o mais votado nas eleições de 4 de março e agora pleiteia o direito de guiar o novo governo.
“Sempre dissemos que não queremos deixar o país no caos por causa de uma lei eleitoral criada para frear nossa formação”, garantiu Di Maio. Os que poderiam ajudar o M5S a ter maioria seriam o centro-esquerdista Partido Democrático (PD), que governou a Itália nos últimos cinco anos, e a ultranacionalista Liga Norte.
Mas o PD já se mostrou contrário a se unir ao movimento antissistema, enquanto a Liga foi a mais votada na coalizão de direita que, com quatro partidos, teve mais votos que o M5S – embora também sem maioria para governar.
“Pedimos a todos responsabilidade para formar um governo presidido pelo M5S. O chefe de Estado [Sergio Mattarella] chamou todas as forças políticas a um senso de responsabilidade, e por isso o agradeço, porque está em jogo o interesse do país”, reforçou Di Maio.
As consultas com o presidente da República para a formação do governo só começarão depois de 23 de março, quando a nova legislatura tomará posse e definirá os presidentes da Câmara e do Senado. A partir desse momento, ficará mais fácil para Mattarella entender se algum grupo terá maioria para governar.