Comunità Italiana

Greve da PM na Bahia

 Ruas desertas, comércio, escolas e agências bancárias fechados, saques a lojas e a supermercados. O clima de medo que assolou as maiores cidades da Bahia durante a greve da Polícia Militar de 2012 voltou a atormentar os baianos nesta quarta-feira, 16, após o anúncio de nova greve por parte da corporação. Nem a rápida chegada de tropas de segurança nacionais, que começaram a desembarcar em Salvador no início da tarde e já fazem rondas pela cidade, diminuiu o temor da população.
    As ocorrências começaram a ser registradas ainda na noite de terça-feira, 15, pouco depois do início da paralisação. Nas 24 horas seguintes, cerca de 40 estabelecimentos da capital, entre supermercados, lojas e agências bancárias de Salvador foram roubados.
    O número de roubos de carros triplicou: de 18, a média diária na cidade, pulou para 60, segundo informações da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.
    A greve da PM também causou impacto no sistema de transporte da cidade. Os ônibus começaram a deixar as garagens das empresas apenas às 8 horas, causando muita confusão nos pontos de ônibus lotados de pessoas que tentavam ir para o trabalho. Segundo o sindicato patronal, no início da tarde 70% dos veículos estava nas ruas, apesar de funcionários de quatro empresas terem se recusado a trabalhar. No fim da tarde, porém, os motoristas foram orientados a recolher os veículos.
    A situação levou os escritórios e lojas que abriram a concluir o expediente mais cedo. Todos os principais shopping centers de Salvador, por exemplo, adiantaram o horário de fechamento das 22 horas para as 17 horas. Às 18 horas, já era praticamente impossível encontrar transporte público nas principais vias da cidade. No início da noite, poucos carros particulares ainda circulavam nas ruas.
    A greve da PM causou transtornos até para a rodada da Copa do Brasil. A partida entre Vitória e J. Malucelli, que seria disputada ontem (quarta-feira), às 19h30, no Estádio de Pituaçu, foi adiada após acordo da Federação Baiana de Futebol (FBF) com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por falta de garantias de segurança para integrantes dos clubes e torcedores.
    Agentes da Força Nacional de Segurança e do Exército começaram a policiar a cidade, após a presidente Dilma Rousseff assinar o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a pedido do governador Jaques Wagner (PT). Segundo a Secretaria de Segurança Pública, já chegaram à cidade 6 mil agentes – número que deve chegar a 8,5 mil até quinta-feira. Com informações de Estadão Conteúdo. (ANSA)