Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em São Paulo decidiram ontem (7) continuar em greve por tempo indeterminado. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência em São Paulo (Sinsprev), Thiago Alves Dias, o resultado da assembleia desta tarde já era esperado, tendo em vista que o governo federal não apresentou proposta. A greve completa hoje (8) um mês.
“A gente esperava uma proposta esta semana, pelo menos para parte da pauta, mas não houve nenhuma formalização. Foi uma semana de banho-maria. Esperamos avançar na semana que vem”, afirmou Dias. Segundo o sindicato, cerca de 80% dos servidores aderiram ao movimento. O Ministério da Previdência, por sua vez, estima em 21,7% os grevistas. O órgão informou, ainda, que são 32.487 servidores da carreira do seguro social.
Os trabalhadores pedem reajuste de 27,3%, referentes a perdas salariais desde 2010. “O governo ofereceu 21% divididos em quatro anos, mas foi rejeitado por todos os servidores federais. Não cobre nem a inflação”, afirmou Dias. Eles pedem também a incorporação de gratificações, melhores condições de trabalho e concurso público. “Cerca de 70% do salário é em gratificação, que não vai na aposentadoria. Metade dos servidores que já poderiam se aposentar não o fazem por causa da redução salarial”, explicou.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, não há novidades na negociação, e a pasta mantém o posicionamento da última reunião com a categoria, ocorrida no dia 30 de julho. De acordo com a pasta, durante o encontro, houve “avanços significativos em quase todos os pontos específicos da carreira colocados na mesa de negociação”.
Não houve acordo, no entanto, em relação ao índice de reajuste proposto. “Isso é algo completamente inviável, considerando a conjuntura econômica que o país atravessa”, disse o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, que aposta em um acordo. Ele alertou, entretanto, que o governo não abrirá mão das diretrizes da política econômica, incluindo o ajuste fiscal.
Em comunicado divulgado quinta-feira (6) à noite, o INSS informou que entrou na Justiça com um pedido para que o atendimento seja garantido em todas as unidades do instituto e reforçou que tem orientado as agências e a central de atendimento para reagendar os segurados que não foram atendidos devido à paralisação. O INSS informou ainda que considerará a data originalmente agendada como data de entrada do requerimento para evitar prejuízos financeiros nos benefícios. (Agência Brasil)