A Coldiretti, a associação dos agricultores italianos, afirmou hoje, em virtude da primeira greve dos imigrantes, que a contribuição dos estrangeiros na produção dos alimentos italianos é "determinante".
Sem a contribuição dos imigrantes "não seria possível a produção de muitas excelências do Made in Italy alimentar [produtos alimentares típicos italianos]", desde a colheita das maçãs do Vale de Non na região do Trentino Alto-Adige, até a ordenha das vacas de leite para a produção do (queijo) Parmigiano Reggiano, afirmou a associação.
Segundo a Coldiretti, de cada dez trabalhadores nos campos italianos, mais de um é imigrante extra-comunitário (que não integra a União Européia), com cerca de 30 mil empresas agrícolas italianas que contratam estes trabalhadores.
Na Itália, trabalham regularmente mais de 90 mil imigrantes extra-comunitários, dos quais cerca de 15 mil com contratos temporários, "que contribuem de forma estrutural e determinante na economia agrícola do país", segundo o XIX Relatório Caritas/Migrantes sobre a imigração na qual a Coldiretti contribuiu.
Os imigrantes que mais aparecem na área agrícola na Itália são os albaneses (17,2%), os marroquinos (12,6%) e os indianos (13,8%), que encontram vagas principalmente nas criações de vacas no norte do país pela habilidade e o cuidado que têm com estes animais, informou a Coldiretti.
Para o diretor da Confederação Nacional do Artesanato e da Pequena e Média Empresa italiana (CNA), Lorenzo Tagliavanti, "hoje, 1 de março acontece a primeira greve nacional dos imigrantes e deveria ser feita uma reflexão sobre o tema economia e imigração já que 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB) está direta ou indiretamente ligado à imigração".
"Em particular, gostaria de destacar o grande peso das empresas estrangeiras, em Roma são mais de 19 mil e na região do Lazio são 24 mil, elas também contribuem para o nosso PIB. Portanto, deveria existir uma leitura mais equilibrada do fenômeno imigração", disse Tagliavanti.
Na Itália foi realizada hoje a primeira greve nacional dos imigrantes, onde em várias cidades, estrangeiros e italianos foram às ruas para defender a importância que estes trabalhadores têm na economia do país.
Fonte: Ansa