A construtora italiana Impregilo está considerando pagar um dividendo especial com parte dos recursos obtidos com a venda de uma fatia na Ecorodovias, afirmou o presidente-executivo do grupo nesta quarta-feira.
Na terça-feira, a Impregilo aceitou uma oferta da empreiteira brasileira Primav Construções por uma fatia de 19 por cento na Ecorodovias avaliada em pouco mais de 2 bilhões de reais.
"A companhia tem em mente, caso haja excesso de recursos, e achamos que haverá, dar compensação aos acionistas", disse o presidente-executivo da Impregilo, Pietro Salini, em teleconferência com analistas.
Salini havia indicado anteriormente que o pagamento poderia ser de cerca de 1 a 1,5 euros por ação.
Uma fonte próxima à companhia disse que a Impregilo vai propor um dividendo especial em dezembro, quando seu conselho se reúne para aprovar um novo plano de negócios.
A ação da Impregilo fechou com baixa de 4,09 por cento, com performance pior do que o índice de blue-chips italiano.
"Apesar do fato de que a fatia na Ecorodovias será vendida mais rápido do que o esperado, o preço é decepcionante", disse a corretora Banca Akros em nota de pesquisa.
O grupo italiano também busca vender os 10 por cento remanescentes da Ecorodovias, e havia recebido uma oferta por uma parte disso do BTG Pactual.
Um operador de Milão disse que também há temores de que o governo pode não pagar uma compensação pelo cancelamento de um contrato de bilhões de euros para construir uma ponte conectando a Itália continental à Sicília.
Salini afirmou achar pouco provável que o governo não pague uma compensação pelo projeto, onde a Impregilo era a principal contratada.
"Francamente, isso me deixaria perplexo. Parece pouco provável", disse Salini a analistas.
O grupo Salini, presidido por Salini, assumiu o controle da Impregilo em julho após meses de disputa com a rival Gavio, que anteriormente controlava o conselho da Impregilo.
Ambas as companhias detém participações de pouco menos de 30 por cento na Impregilo.
Pietro Salini, que planeja fundir a Impregilo e o Salini para criar um campeão do setor de construção italiano, disse a analistas que uma fusão não é possível se a Gavio se opuser à manobra.
"Com um acionista contra a ideia, a única possibilidade é um acordo estratégico", disse.
(Reuters)