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Home > Impressão rara

Impressão rara

16 de dezembro de 2015 - Por Comunità Italiana
Impressão rara

Impressão raraMNBA abre as portas para uma rara mostra de gravuras e matrizes de renomados artistas italianos do Renascimento até o período moderno

Pela primeira vez, os brasileiros podem admirar de perto os processos de criação e as refinadas técnicas de alguns dos artistas mais importantes da história da gravura na exposição Os Mestres da Arte Gráfica Italiana, aberta no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro. Após ter passado por Nova York, Suíça e Buenos Aires, a mostra chega à capital fluminense, onde permanece até 31 de janeiro de 2016. De acordo com a diretora do Museu, Mônica Xexéo, trata-se de uma oportunidade única de ver maravilhosas gravuras ao lado das suas matrizes, pois é a “primeira vez que essas obras saem da Itália para a América Latina”.
Os 57 valiosos trabalhos expostos fazem parte da imensa coleção da Calcoteca do Instituto Central para a Gráfica, em Roma.
— O Instituto Central para a Gráfica é um organismo museal muito particular e, por muitos aspectos, único: de fato, conserva e valoriza, além das centenas de milhares de estampas e desenhos, fotografias e vídeos de artistas, um patrimônio composto por mais de 20 mil matrizes para estampas e negativos fotográficos — explicou a diretora do Instituto Central para a Gráfica, Maria Antonella Fusco. De fato, o precioso acervo de matrizes é considerado uma das maiores coleções de gravuras do mundo, armazenado em um cofre subterrâneo, em condições microclimáticas monitoradas constantemente.

Transportar esse inestimável tesouro para a América Latina não foi tarefa fácil
Durante a cerimônia de abertura da exposição, no dia 10 de novembro, a diretora do MNBA relatou que o projeto foi desenvolvido dois anos atrás, porém a inauguração só foi possível esse ano.
— Foi a concretização de um sonho porque não é fácil levar obras de um país para o outro tão longe. Além disso, há obras do século XV e XVI, e então existe uma questão de segurança muito rígida, estendida também ao manuseio, à montagem, ao controle da iluminação e a um aparelho que faz o monitoramento climático das obras de acordo como o que seria na Itália nesse período; por isso, temos um acompanhamento de um meteorologista — afirmou Xexéo à Comunità.
O diretor do Instituto Italiano de Cultura (IIC) do Rio de Janeiro, Andrea Baldi, presente na cerimônia de abertura, reafirmou à Comunità que a exposição teve “uma longa gestação”, mas que foi realizada graças à contribuição generosa do Ministério italiano das Relações Exteriores e a um ótimo trabalho de equipe.
Essa exposição está incluída nas comemorações do Ano da Itália na América Latina, iniciativa promovida pelo Ministério italiano das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional (MAECI), além de comemorar os 450 anos de fundação da cidade do Rio de Janeiro.
— A Itália oferece à cidade esta maravilhosa exposição, que quase acompanha, num paralelismo cronológico, sua evolução temporal através de uma seleção de matrizes de cobre e zinco, que vai de 1528 aos contemporâneos — destacou Baldi.
A abertura da exposição contou com a presença do cônsul geral da Itália no Rio, Riccardo Battisti, e das curadoras do Instituto Central para a Gráfica, Ginevra Mariani e Antonella Renzitti.
— É um momento em que vejo uma certa euforia cultural italiana no Brasil e, em particular, no Rio de Janeiro. O próximo ano será decisivo não apenas para o esporte, pois há uma ideia de mostras e eventos culturais relacionados aos Jogos Olímpicos e a tudo que os rodeia. Entre os projetos, o mais importante será uma exposição sobre a Grécia e a Roma Antiga, porém não será o único evento que estamos preparando — antecipou à Comunità.

Entre os destaques, a matriz mais antiga de Raimondi e as obras de Piranesi
O visitante pode admirar o sulco gravado diretamente por mestres como Salvator Rosa, Marcantonio Raimondi, Giovanni Battista Piranesi, Filippo Palizzi, Giorgio Morandi, Carlo Carrà, Pietro Consagra, Giovanni Folo, Giovanni Volpato e Carla Accardi — uma das primeiras mulheres a utilizar a gravação como forma de expressão.
Além do trabalho final, representado pelas gravuras expostas, a mostra reúne matrizes de cobre gravadas pelos artistas, do Renascimento ao período moderno, com o uso de diferentes técnicas, como buril, água-forte, ponta-seca e água-tinta.
Se o visitante quiser seguir um percurso cronológico, a obra mais antiga é Caccia ai leoni (1528), um baixo-relevo de um sarcófago do Vaticano, de Marcantonio Raimondi, considerado um dos mais importantes gravadores do Renascimento italiano. Na matriz em cobre, o artista constrói a imagem, gravando planos com espessuras diferentes: o resultado é que o efeito plástico do baixo-relevo passa para o papel. A obra de Raimondi é ligada principalmente ao nome de Rafael, pintor que o escolheu para reproduzir os seus desenhos, criando as bases do fenômeno conhecido como ‘gravura de tradução’.
A gravura também serviu para divulgar e documentar novos conhecimentos. Exemplos são os desenhos dos herbários, conservados minuciosamente nas bibliotecas dos conventos; as publicações de tratados de anatomia, acompanhadas de gravuras ilustrativas, valioso instrumento para os médicos; e até o curioso bestiário, que retrata animais domésticos e exóticos. À última categoria pertence o primeiro quartel da Nova coleção dos animais mais curiosos do mundo, em 206 gravuras de Antonio Tempesta, que descrevem todas as espécies animais.
— Antes do advento da fotografia, no século XIX, a gravura era o meio mais eficaz de transmitir a imagem e constituía, portanto, uma importante ferramenta de comunicação. A grandiosidade dos monumentos de Roma serviu para promover a magnificência do papado, como mostram as matrizes, com o antigo Porto de Traiano, de 1575, presente na série Seculum romanae magnificentiae, e com as igrejas e as praças de Roma de Giambattista Piranesi, no século XVIII — relataram as curadoras Mariani e Renzitti.
Nas matrizes Vista de Roma, de Piranesi, inaugura um novo tipo de vista, destinada a atrair cada vez mais estrangeiros em viagens à Itália. A obra Coliseu foi a que mais impressionou os primeiros visitantes da mostra, como os artistas Luiz Áquila e Adir Botelho, que estavam com o rosto colado nas matrizes, pois era a primeira vez que tinham a possibilidade de ver essas magníficas obras ao vivo.
— As gravuras italianas são uma fonte maravilhosa. É extraordinário poder ver isso aqui. Eu adoro Piranesi, é uma exposição linda! — afirmou à Comunità Thereza Miranda, gravadora desde os 20 anos e professora de gravura da PUC-Rio. Aos 87 anos, ela continua fazendo gravuras e, em outubro, ganhou o Prêmio Marcantonio Vilaça de Artes Plásticas, o mais importante do setor.

Os artistas do período moderno executaram o trabalho inteiramente sobre a placa
Como representantes da primeira metade do século XX, estão presentes as obras de Carlo Carrà e Giorgio Morandi. Esse último investigava quase com obsessão paisagens e naturezas mortas em suas diferentes relações de luz e sombra, através da técnica da água-forte. A segunda metade do século foi caracterizado pelo fenômeno de arte abstrata e a maior parte dos trabalhos está inteiramente sobre a placa, sem nenhum desenho preparatório. Na mostra, é possível admirar obras de artistas representativos como Giuseppe Capogrossi, Giulio Turcato e Pietro Consagra.
De acordo com a diretora do Instituto Central para a Gráfica, “expor matrizes e convidar à leitura delas é uma ousada operação do ponto de vista intelectual, refinada, que requer do público uma coragem particular, certamente uma capacidade de ser um expectador inovador e curioso sobre imagens e técnicas”. Além da exposição, estão programadas para janeiro oficinas e palestras gratuitas com a presença de especialistas e da diretora do Instituto Central para a Gráfica de Roma, Maria Antonella Fusco.  

Os mestres da Arte Gráfica Italiana
Quando: até 31 de janeiro de 2016
Onde: Museu Nacional de Belas Artes – Avenida Rio Branco, 199 – Rio de Janeiro
De terça a sexta-feira, das 10 às 18 horas. Sábados, domingos e feriados das 12h às 17h.
Ingressos: R$ 8 inteira e R$ 4 meia. Aos domingos, a entrada é franca

 

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.