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Home > Independência ou morte!

Independência ou morte!

28 de junho de 2016 - Por Comunità Italiana
Independência ou morte!

AryGrandinetti

Todos reclamam a independência entre os Poderes, mas fazem cara de paisagem na hora do “vamos ver”

Independência dos poderes é uma falácia que não sobrevive à evidência dos fatos.
Antes de tudo, acho comovente — mas não pouco intrigante — ver como candidatos se atiram em eleições, gastam fortunas em campanhas para se elegerem e prestarem uma contribuição patriótica à nação como deputados e senadores, e lá procuram se perpetuar até o limite do possível em sucessivos mandatos. Assim como outros — ou os mesmos —, há os que abdicam de sólidas e bem sucedidas carreiras profissionais ou empresariais para darem a sua parcela de contribuição ao povo brasileiro em cargos do Executivo, fenômeno que vemos até na mais alta corte do Judiciário. Todos irmanados pelo elevado espírito de construir um país soberano e próspero para todos os brasileiros.
Mas seguindo a linha da evidência dos fatos, a sereia começa a mostrar o seu canto quando vemos a luxúria dos salários e dos infindáveis benefícios para usufruto pessoal e do cargo, estendidos aos três poderes. Cartões de crédito, carros para uso oficial, oficioso e extraoficial, um séquito de secretárias, aspones, assistentes, auxiliares, lacaios, motoristas, seguranças, todos devotados ao luxo dos chefes, ao ócio e aos percentuais dos seus salários ao partido — não sei se apenas.
Dinheiro que escorre pelo ralo, enquanto a segurança pública, saúde e educação estão à míngua, com a polícia sem dinheiro nem para abastecer as viaturas, hospitais sem condições mínimas para atender à legião de peregrinos que buscam sem fé alguma alma caridosa que alivie a sua dor, crianças e adolescentes sem aulas e sem esperança — e sem merenda, desviada lá no início desse círculo de horrores. À elite política, brioches! Ao povo, que se dane!
A constituição dos quadros para 1º, 2º, 3º e até o último escalão do Executivo é a primeira carniça jogada aos partidos para angariar apoio para as ações do governo no Congresso e obter aprovação das suas medidas. A coisa obedece a uma hierarquia em que o filé mignon (e os seus mais nobres orçamentos) vai para o mais alto clero (das “religiões” Legislativa e até da Judiciária), outros cortes nobres vão para o 2º, o 3º fica com as sobras e o resto fica com o berro. Mas todos se locupletam do banquete pantagruélico oferecido pelas gordas tetas do governo que, agora vemos, deixaram esquálidas as tetas do povo.
É tão romântico (ou utópico?) dizer que a qualificação técnica deveria ser a única premissa para se ocupar um ministério, que esquecemos tratar-se de uma gritante evidência. Em vez disso, o cacife para entrar no Cassino dos Ministérios é a quantidade de votos que cada coronel de partido político conseguirá mobilizar para aprovação de medidas no Congresso. Pior, sem garantia de resultados. Qual a contribuição que um político de carreira pode oferecer, com essa única credencial, na liderança de um ministério ou uma estatal? Só o mensalão e a Lava-Jato explicam. Ou explicaram. Foi ali que finalmente encontramos o batom na cueca (eu, pelo menos), expondo que os mordomos, estafetas e aquele inesgotável rol de mamatas são apenas as chaves para o grande cofre.
O mensalão e a Lava-Jato expuseram as víceras da dinâmica do jogo sujo político, com máquinas caça-níqueis viciadas para jorrar moedas. Até quebrar o Cassino Brasil, como estamos vendo neste momento lastimável da nossa história. Neste, não. Quanto mais se investiga, mais o diabo aparece. É a devolução dos cheques sem fundos. Sendo que nesses últimos 13 anos havia, além do transgeracional enriquecimento pessoal sob o nariz de cera das campanhas, houve um projeto político de perpetuação no poder.
Há gente séria na coisa? Há. Eu mesmo conheço alguns excelentes técnicos, que entraram pela porta da frente através de concurso e fizeram carreira no serviço público. O maior problema que os desafia é lidar com o povinho que colocam acima deles. Até — poucos, raros — políticos estão na coisa para prestar um serviço relevante ao país. Mas também dependem de favores dos protagonistas daquela cena do inferno que todos vimos na votação do acolhimento do impeachment. Aquele espetáculo não precisa de legenda. Explica, por si, quem nos representa e defende os nossos interesses. Mais parecia uma praça de cambistas vendendo a mãe, irmã, neta que ainda ia nascer, uma dívida do Senhor… antes de uma partida do Flamengo x Vasco.
Porém, mocinhos e bandidos têm um ponto em comum: ninguém abre mão da imensa lista de benesses pagas pelo povo.
E há, ainda, homens como Joaquim Levy e Henrique Meirelles que, na efetiva crença em dias melhores para o Brasil, chegam ao ministério com a cabeça coroada pelo sucesso de suas carreiras profissionais, não precisam do dinheiro público, expõem-se ao desgaste gerado pela máquina incompetente e emperrada do governo e esgotam o seu saquinho de paciência negociando com cabeças tacanhas e viciadas pelo corporativismo do presidencialismo de coalizão.
Finalizo dividindo uma pergunta, cuja resposta não encontro: entre a compra de apoio com dinheiro e a compra de apoio com cargos, qual é o crime maior?  

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.