Comunità Italiana

Inquérito atinge produção de presunto cru na Itália

 

Instituto foi proibido de dar certificado D.O.P. por seis meses

(ANSA)

Uma investigação do Ministério Público de Turim atingiu em cheio alguns dos ícones da gastronomia da Itália, como o presunto cru, a mortadela de Bolonha e o queijo pecorino romano.

Após um inquérito de meio ano, o Ministério de Políticas Agrícolas suspendeu por seis meses o trabalho de certificação do instituto IFCQ, que concede selos de denominação de origem protegida (D.O.P.) para os mais famosos embutidos do país.

O caso nasceu após denúncias de que produtores dos presuntos de Parma e San Daniele, os mais conhecidos da Itália, estavam usando raças de porcos de forma não autorizada pelos respectivos consórcios. No norte do país, foi descoberto que criadores usaram o suíno Duroc dinamarquês, mais rentável, para inseminar varas inteiras.

Pelas normas do Consórcio do Presunto de Parma, essa raça pode ser utilizada, desde que nascida e criada em locais autorizados de 10 zonas do centro-norte da Itália. No caso do San Daniele, os porcos Duroc também podem ser usados, desde que combinados com as raças Large White e Landrace.

Por conta disso, o IFCQ foi proibido de dar certificações por seis meses para diversos produtos, incluindo os presuntos de Parma e San Daniele, a mortadela de Bolonha, o pecorino romano e o codeguim de Modena. A suspensão iniciará em 1º de maio.

“Os produtores do presunto de Parma se declaram partes lesadas e desejam que isso seja esclarecido o mais rapidamente possível, punindo severamente os culpados”, disse Stefano Fanti, diretor do Consórcio do Presunto de Parma.

Por sua vez, o IFCQ declarou que seus controles são realizados em “conformidade com os planos aprovados pelo Ministério [das Políticas Agrícolas]”. Apesar das irregularidades, não há risco para a segurança alimentar nos lotes envolvidos.