Defesa foi procurada para negociar rendição após Fux determinar a prisão. Condenado em seu país, ele obteve em 2009 status de refugiado no Brasil, condição derrubada em 2017
Investigadores da Superintendência da Polícia Federal de Brasília entraram em contato com a defesa de Cesare Battisti, por telefone, para tentar negociar uma rendição. O recado passado aos advogados foi o de que o italiano poderia se entregar de uma maneria que não causasse “maiores escândalos” e que fosse discreta.
Foi passada a ideia de que a rendição poderia funcionar num modelo parecido com a do médium João de Deus, que se entregou no domingo (16), numa estrada de terra em Abadiânia, interior de Goiás, após seus advogados negociarem sua entrega com a Polícia Civil.
Os policiais federais ouviram dos advogados que Battisti não trava mais contato com eles desde a decisão do ministro Luiz Fux, que determinou a sua prisão há cinco dias. Portanto, não haveria com a defesa levar a ele a proposta.
O italiano foi condenado à prisão perpétua em seu país, acusado do assassinato de quatro pessoas nos anos 1970. Em 2009, ele obteve do governo brasileiro, sob o ex-presidente Lula, o status de refugiado político, condição que foi derrubada, em 2017, pelo presidente Michel Temer. Desde 1981, ele está foragido da justiça italiana – e, desde quinta-feira, da brasileira.
Na semana passada, Temer também assinou decreto determinando a extradição de Battisti para a Itália. (G1)