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“Io amo la cocaina”

19 de janeiro de 2015 - Por Comunità Italiana
“Io amo la cocaina”

Io amo la cocainaCom um marketing provocatório e instalações que simulam sinapses cerebrais em 3D, restaurante quer alertar a população contra os efeitos das drogas na cidade que mais consome cocaína na Itália

Cidadezinha acima de qualquer suspeita, vizinha de Brescia, fica nas proximidades do Lago Maggiore. A igreja e o aristocrático castelo resplandecem de majestade. Mas, à sombra dos dois legados medievais, se esconde um dado preocupante: Montichiari é a cidade italiana que mais consome cocaína, com 14 doses para cada mil habitantes. Desbancou até Milão que, em 2009, era a campeã nacional. Os dados são do renomado Istituto Mario Negri, coletados pelo Ministério italiano da Saúde. Bem ali, a poucos metros da esquina do centro histórico, foi aberto um restaurante que está dando o que falar. À primeira vista, parece uma declaração de amor às drogas: I Love Cocaine. Mas o nome soa como um alerta ao contrário, de tão explícito que é. Uma licença artística ousada e criativa que arma uma barricada contra o consumo de entorpecentes. Enquanto os pesquisadores farejavam os dados nas ruas, o designer Ermanno Preti, de Brescia, passeava pelas ruas de Berlim. Ao ver a pichação I Love Cocaine em um muro, não teve dúvidas. De volta à terra natal, propôs ao empresário Mino Dal Dosso a abertura de um restaurante com o mesmo nome. Uma provocação em nome da saúde física e mental, do recado ético e social e, claro, de um marketing inteligente. Uma mensagem exatamente oposta ao título.
A decoração do local remete à sinapse do cérebro e um telão projeta um aquário interativo, onde os clientes podem assistir à implosão da mente no momento de uma overdose. Tudo muito artístico e sem surtar a sensibilidade alheia. E é bom lembrar que não é um museu: ali, todos estão sentados à mesa, diante de uma boa cerveja artesanal e um belo sanduíche. O lugar parece uma grande instalação. Não existem mesas soltas e separadas. Um enorme balcão percorre os 500 metros do salão, como uma espécie de serpentina reproduzindo as conexões dos neurônios. Ou seja, uma única e sinuosa bancada ocupa o lugar das mesas. Fixa e imóvel, obriga os clientes a se sentarem ao lado e diante dos outros. Isolar-se é impossível. Ali se vive uma rede social real. As colunas internas servem de apoio aos telões que transmitem entrevistas e cenas de ex-drogados e ex-traficantes. Os depoimentos são verdadeiros e informam sobre os riscos e os perigos do uso de drogas. A grande atração, além do farto cardápio, é uma vídeo-instalação chamada “Ama o teu cérebro”.
— O cliente chega e desenha a própria mente e a envia ao espaço, através de uma aplicação  gratuita ou do tablet instalado aqui na entrada. Depois, ao lado da grande tela, temos uma bandeja com carreirinhas de farinha simulando a cocaína. Ao passar a mão sobre a droga, uma chuva virtual de droga vai cair sobre o cérebro que, ao final, implode. Antes, se ele se aproxima da tela, os cérebros que flutuam em 3D tremem e fogem como se as nossas mentes tivessem medo de nós próprios — explica Ermanno Preti.
 
Objetivo ético e comercial em um único estabelecimento
Antes do lançamento, foi realizada uma campanha promocional. Adesivos com as iniciais ILC e a frase I love cocaine foram grudados em postes de luz e vagões de trens, como uma dica provocatória ao máximo a ser decifrada. Deu certo, pois, em pouco tempo, fotos dos adesivos já circulavam nas redes sociais.
— Queremos transmitir uma mensagem positiva, ética, social. Mas também fazemos “business”. Abriremos o restaurante para encontros com as escolas e palestras sobre o tema — diz o proprietário Mino Dal Osso.
O investimento foi da ordem de dois milhões de euros.  
— Crise?! Não acredito nesta crise. Quando abrimos o primeiro restaurante, o Salamensa, no mês seguinte começava a quebradeira dos bancos e financiamento nos Estados Unidos, em 2008. Crescemos e aqui estamos. Acho que o empresariado de hoje assiste muito às más notícias dos telejornais e se afasta da realidade e das oportunidades — afirma Dal Osso.
 — Eu quis criar um design inovador, desvinculado da forma, e ligá-lo ao espírito, tentando melhorar a pessoa, o indivíduo, com um conceito muito novo. É uma provocação que quer ser uma instalação a 360 graus, concreta e digital, ao mesmo tempo — resume Ermanno Pretti.  

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.