Primeiros votos foram em branco após impasse nas negociações
Começou na manhã desta sexta-feira (23), na Itália, as primeiras sessões da XII Assembleia Legislativa, na qual os grupos parlamentares da Câmara e do Senado se reúnem para decidir os novos presidentes das duas casas.
Após um impasse nas negociações entre o Movimento 5 Estrelas (M5S), o mais votado individualmente, e a coalizão de direita capitaneada pela Liga, tanto a aliança conservadora quanto o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, decidiram votar em branco nas primeiras votações.
“Para abrir o cenário atual, novas perspectivas para o país são essenciais, juntamente com o respeito da vontade popular e respeito pelas prerrogativas do presidente da República, a quem eu vou expressar, em nome de todos a expressão calorosa da nossa estima e confiança”, disse Giorgio Napolitano, que preside a primeira sessão da legislatura.
Até o momento, não há acordo em relação aos nomes, principalmente pelo impasse criado pelo ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi que tem interesse em eleger o ex-ministro do Desenvolvimento Econômico Paolo Romani como presidente do Senado. Mas o M5S se recusa a apoiá-lo por ser “ficha-suja”.
“Cabe ao M5S e centro-direita apontar uma solução. Eles não conseguiram. Cabe a eles fazer uma proposta, estamos esperando para entender qual”, afirmou Ettore Rosato, ex-líder do PD na Câmara dos Deputados.
“Há uma situação de impasse visível. O método de trabalho usado até agora é claramente insuficiente. Não assume total responsabilidade e, em vez disso, joga com táticas, então o enrolado ao invés de desenrolar se torna complicado”, acrescentou.
Já o líder antissistema, Luigi Di Maio garante que não vai legitimar Berlusconi. “Somos a força da mudança, tenho orgulho da nosso pacto de valores, vamos mudar o país com integridade e coerência e essa mudança começa com a presidência da Câmara”, ressaltou Di Maio.
De acordo com fontes do Força Itália, a indicação dada pelo partido aos parlamentares continua em branco durante a primeira sessão de votação para eleger os presidentes. “Fizemos o nosso melhor nos dias de hoje para procurar uma solução para respeitar o voto dos italianos envolvendo todas as forças parlamentares. Acho que o impasse se deve a algumas paralisações que, de certa forma, ainda acho um pouco infantil para encontrar uma solução”, ressaltou a líder do Irmãos da Itália, Giorgia Meloni. A reunião do Palazzo Madama está suspensa no momento até o final da discussão da comissão provisória para as eleições. A medida pode atrasar a votação. (ANSA)