Sucesso em Portugal, festival de cinema italiano traz as novidades da sétima arte do Belpaese a sete capitais brasileiras
Depois de nove anos de sucesso em Portugal, e de passar por Porto Alegre nos últimos dois anos, a 8 ½ Festa do Cinema Italiano chegou a sete capitais brasileiras. Em sua terceira edição no país, o evento realizado no final de agosto ampliou seu circuito para mais seis salas em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, além de incluir, novamente, Porto Alegre.
Organizada no Brasil pela Associação Il Sorpasso, em colaboração com a Mottironi Editore e as cadeias de cinema Espaço Itaú e Cinespaço, e com o apoio da Embaixada da Itália em Brasília, dos Institutos Italianos de Cultura de São Paulo e Rio de Janeiro e do Ministério italiano da Cultura (MIBACT Direzione Cinema), a 8 ½ Festa do Cinema Italiano integra a programação do Ano da Itália na América Latina, promovido na capital paulista pelo Instituto Italiano de Cultura de São Paulo.
Na programação, sete filmes representam o que há de mais interessante na recente produção audiovisual italiana. A première de Loucas de Alegria (La pazza gioia), de Paolo Virzì, abriu o festival. Em seu discursou antes da exibição do filme, o cônsul geral da Itália, Michele Pala, lembrou-se do terremoto que aconteceu na Itália e agradeceu pela solidariedade brasileira. A sessão também contou com a presença do diretor do Instituto Italiano de Cultura da capital paulista, Renato Poma.
Entre os filmes mais comentados desta edição, destacou-se o último longa de Roberto Andò, As Confissões, estrelado por Toni Servillo, protagonista de A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2014, e Amor Eterno (La corrispondenza), de Giuseppe Tornatore, cineasta vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1990 com Cinema Paradiso. As duas produções estreiam ainda este ano no Brasil, em circuito comercial.
Festival passou por países lusófonos antes de chegar a São Paulo
Depois de ter viajado por cerca de 20 cidades entre Portugal, Angola e Moçambique, o festival chegou ao Brasil com o objetivo de se tornar mais conhecido do público e da comunidade italiana residente no país. Em entrevista à Comunità, o diretor do festival, Stefano Savio, explicou por que o evento apostou em uma ampliação, mesmo diante da crise econômica no país.
— Queremos ganhar a confiança e o apoio das instituições locais e abrir novas e futuras colaborações para as próximas edições. Pensamos num modelo interessante que permite valorizar ao máximo a colaboração com algumas das principais realidades cinematográficas do Brasil e, ao mesmo tempo, alcançar muitas cidades com uma programação atual e de qualidade — disse Savio, comentando ainda como foi feita a escolha das cidades que passaram a receber o evento.
— A escolha foi feita a partir da presença de uma forte comunidade italiana e de um consulado. Acreditamos que cidades como Rio ou São Paulo possam ter preferências diferentes das outras.
Segundo Stefano Savio, a partir da última década, o cinema italiano tem se mantido entre os mais interessantes do mundo ao apresentar novos autores e a capacidade de falar ao público internacional sem perder a própria unicidade.
— Estamos em forma. Temos a coragem de experimentar novas linguagens sem ficar à sombra dos grandes nomes do passado — resumiu.
Ele também analisou os filmes apresentados na mostra.
— A seleção foi feita de propósito, pensando em diferentes tipos de público. Para os cinéfilos, Não Seja Mau e As Confissões. Para os espectadores mais novos, Paro quando quero e Meu nome é Jeeg Robot. Já o público em geral pode conferir o último filme de Giuseppe Tornatore, Amor Eterno, e ainda o novo filme do diretor Paolo Virzì, Loucas de Alegria — concluiu.