O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, se pronunciou nesta terça-feira (17), na Câmara dos Deputados, sobre a situação da Síria e afirmou que seu país “não é neutro”
Mesmo demissionário, Gentiloni decidiu falar no Parlamento após o bombardeio dos Estados Unidos, da França e do Reino Unido contra alvos do regime de Bashar al Assad em Damasco e Homs. A Itália não participou do ataque, embora tenha diversas bases norte-americanas em seu território, incluindo na costa mediterrânea.
“A Itália não é um país neutro, que se alterna entre a aliança atlântica e a Rússia. É um coerente aliado dos Estados Unidos e não deste ou daquele governo americano, de Kennedy ou Nixon, de Reagan ou Clinton, de Bush ou Obama. É a nossa escolha de campo”, afirmou.
Além disso, Gentiloni acrescentou que o bombardeio ocidental da última sexta-feira (13) foi uma reação “motivada, mirada e circunscrita”. “Não há indicações de vítimas civis ou de danos colaterais”, declarou. O ataque aéreo foi uma resposta à ação com armas químicas ocorrida em 7 de abril, em Duma, atribuída ao regime.
O primeiro-ministro da Itália rebateu o argumento que defende que Assad não tinha motivos para usar substâncias tóxicas neste momento, já que está ganhando a guerra e retomou o controle de Duma. “Nestes sete anos de conflito, vi muito pouca razoabilidade. Vi apenas a irracional lógica do terror”, disse.
No entanto, o premier reconheceu que Assad não pode ser excluído das negociações sobre o futuro da Síria. “A ideia de que se podia começar com a derrubada de Assad se revelou ilusória”, reforçou. Segundo Gentiloni, os tratados bilaterais com os Estados Unidos condicionam o apoio logístico da Itália à exigência de que as bases no país não sejam usadas para atingir a Síria. (Agência Ansa)