Comunità Italiana

Itália propõe déficit público de 2,04% do PIB em 2019

 

Bruxelas havia exigido mudanças na Lei Orçamentária da Itália

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, anunciou, nesta quarta-feira (12), a intenção de Roma de reduzir sua previsão de déficit público em 2019 a 2,04% do Produto Interno Bruto (PIB) após se reunir com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Bruxelas.

“De um saldo final de 2,4% [de déficit], pudemos reduzir para 2,04%”, afirmou Conte após o encontro, indicando que um “trabalho técnico” lhe permitiu “obter margem de negociação ao recuperar alguns recursos financeiros”.

Bruxelas rejeitou, em 23 de outubro, o plano orçamentário italiano por apresentar um déficit muito superior ao prometido pelo governo anterior. A dívida italiana é de cerca de 131% do PIB.

O Executivo comunitário abriu caminho para adotar sanções contra Roma, estimando que a abertura de um procedimento de déficit excessivo baseado em uma dívida pública muito significativa é “justificava”.

A Comissão destacou o “bom progresso” nas discussões sobre o orçamento da Itália após a reunião e garantiu que “agora avaliará as propostas recebidas”, disse uma porta-voz do Executivo da comunidade.

Apesar de se mostrar inflexível durante muito tempo, o governo italiano – formado por coalizão de partidos de extrema direita e antissistema – finalmente mostrou-se aberto a discutir com Bruxelas após um encontro entre Conte e Juncker em 24 de novembro.

O vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini, homem forte da coalizão, declarou-se “otimista” sobre uma “solução” com a Comissão nesta manhã, mas alertou contra um tratamento diferente entre Itália e França.

As medidas anunciadas por Paris para responder aos protestos dos “coletes amarelos” poderiam elevar o déficit francês acima da meta de 3% do PIB ficada pelas regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) europeu.

“Não há duas réguas. As regras são as mesmas para todos”, disse à AFP em Frankfurt o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici. (AFP)