Comunità Italiana

Italianos vão as urnas para eleição regional em Molise

Leader of Five Stars Movement (M5S), Luigi Di Maio, talks during his speech at the rally for the closing of the electoral campaign for Molise Region's elections in Campobasso, Italy, 20 April 2018. ANSA/NICOLA LANESE

 

Existe uma piada recorrente entre os italianos dos grandes centros urbanos: “Molise não existe”. No entanto, esta pequena região, a segunda menor e menos populosa do país, vai às urnas neste domingo (22), em uma eleição que ganhou caráter nacional devido ao impasse para a formação do novo governo.

Das 7h às 23h, cerca de 300 mil eleitores votarão para definir o próximo governador de Molise, ainda no rescaldo das eleiçoes de 4 de março, que marcaram um significativo avanço dos partidos populistas na Itália.

A disputa é restrita a quatro candidatos:

Andrea Greco, do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S); Carlo Veneziale, do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda; Donato Toma, da coalizão de direita; e Agostino Di Giacomo, do grupo neofascista CasaPound.

As sondagens, embora escassas, apontam para uma disputa apertada entre M5S e a aliança conservadora, justamente as duas forças que protagonizam as delicadas negociações para a formação do novo governo na Itália e pleiteiam para si a cadeira de primeiro-ministro.

Luigi Di Maio, líder antissistema, e Matteo Salvini, secretário da ultranacionalista Liga, esperam que o resultado na pequena região possa reforçar sua posição em Roma. Com um terço do Parlamento em suas mãos, o M5S tenta tirar Salvini da coalizão de direita para formar um governo populista.

Já o líder da Liga vem resistindo a romper a aliança com o moderado Silvio Berlusconi, por um lado para ter mais chances de se tornar primeiro-ministro, por outro para não perder o apoio do ex-premier nas regiões governadas pela legenda ultranacionalista, como Lombardia e Vêneto.

No entanto, uma eventual vitória de Toma, que pertence ao Força Itália (FI), partido de Berlusconi, poderia dar novo vigor ao ex-Cavaliere e dificultar a autonomia política de Salvini.

Junta, a coalizão de direita tem 42% do Parlamento; sozinha, a Liga possui 19% da Câmara e 18% do Senado, o suficiente para dar a maioria ao M5S, que se nega a governar ao lado de Berlusconi.

Quem corre por fora é o PD, que vê em Molise uma chance cada vez mais distante de se recuperar da dura derrota sofrida em 4 de março.

Nas eleições legislativas, o M5S obteve uma vitória esmagadora na região, com quase 45% dos votos proporcionais e levando a Roma quatro dos cinco parlamentares que representam os molisanos. O pleito em Molise será seguido, no dia 29 de abril, pela votação em Friuli-Veneza Giulia, no nordeste da Itália. As duas regiões são governadas atualmente pelo PD. (Agência ANSA)