Os juízes da IV Vara Criminal declararam na ausência do primeiro-ministro que, em uma carta apresentada pelo seu advogado aos juízes, disse que queria "participar" da audiência, mas que "compromissos institucionais" o impediram de fazê-lo.
Por outro lado, a jovem Karima El Maroug, conhecida como "Ruby Rubacuori", que de acordo com a acusação era menor de idade quando se relacionou com o premier, decidiu não se constituir como parte civil.
A audiência durou um total de 9 minutos e 50 segundos.
Berlusconi é acusado de ter tido relações sexuais com "Ruby" quando ela ainda era menor de idade, entre fevereiro e maio de 2010, e de ter pressionado as autoridades policiais a tirá-la da prisão (por denúncia de roubo) na madrugada entre 27 e 28 de maio do mesmo ano e entregá-la à conselheira regional Nicole Minetti.
"Ruby", apesar de ser considerada a parte ofendida no processo, não se apresentará como "parte civil" ou queixosa, disse seu advogado Paolo Boccardi.
"Minha cliente não se constituiu como parte civil do processo porque não sofreu nenhum dano por ter frequentado o premier ou sua residência milanesa de Arcore", comentou Boccardi.
O advogado acrescentou que se Ruby se apresentasse como queixosa estaria "contradizendo tudo o que sempre afirmou, ou seja, que nunca teve relações sexuais com o primeiro-ministro".
"Outro motivo para esta decisão é que Karima sempre alegou que nunca se prostituiu, enquanto neste processo judicial é dado como certo que se entregou por dinheiro", disse ainda Boccardi.
"Para ela, o único prejuízo que sofreu foi causado pela mídia, posto que passou a ser identificada mundialmente como uma prostituta. No entanto, essa acusação se baseia apenas em suposições e não em declarações de alguém", concluiu o advogado de Ruby. (ANSA)