BIANUAL

BIANUAL

A partir de
Por R$ 299,00

ASSINAR
ANUAL

ANUAL

A partir de
Por R$ 178,00

ASSINAR
ANUAL ONLINE

ANUAL ONLINE

A partir de
Por R$ 99,00

ASSINAR


Mosaico Italiano é o melhor caderno de literatura italiana, realizado com a participação dos maiores nomes da linguística italiana e a colaboração de universidades brasileiras e italianas.


DOWNLOAD MOSAICO
Vozes: Cinco <br>Décadas de Poesia Italiana

Vozes: Cinco
Décadas de Poesia Italiana

Por R$ 299,00

COMPRAR
Administração Financeira para Executivos

Administração Financeira para Executivos

Por R$ 39,00

COMPRAR
Grico Guia de Restaurantes Italianos

Grico Guia de Restaurantes Italianos

Por R$ 40,00

COMPRAR

Baixe nosso aplicativo nas lojas oficiais:

Home > Juntos, em busca de crescimento

Juntos, em busca de crescimento

23 de novembro de 2015 - Por Comunità Italiana
Juntos, em busca de crescimento

Juntos em busca de crescimentoO presidente mundial da agência italiana para o comércio exterior conta que a Itália está investindo como nunca na internet para divulgar ao mundo as excelências do made in Italy e convida os empresários brasileiros a investir na Itália

Em missão no Brasil, onde acompanhou o ministro das Relações Exteriores Paolo Gentiloni em encontros com o empresariado, o economista Riccardo Maria Monti define os três anos e meio em que ocupa a presidência mundial do ITA (Italian Investment & Trade Agency) como muito estimulantes. O órgão atua através dos diversos escritórios do ICE, as agências para a internacionalização das empresas italianas, que foram praticamente abolidas durante a crise econômica, há quatro anos. Desde que o trabalho da entidade foi retomado com plena força, surgiram novos campos de atuação, como o uso dos meios digitais como instrumentos de divulgação. Em entrevista exclusiva concedida à Comunità na capital paulista, onde o ICE possui um escritório, Monti, formado em Economia pela Universidade de Nápoles, com especialização em Gestão da Tecnologia pela Brooklyn Polytechnic, de Nova York, falou sobre o novo desafio do ITA em relação ao Brasil: atrair investidores brasileiros que queiram injetar capital em empresas italianas, apostando em um mercado “maduro” que oferece menos riscos do que as economias emergentes.  

ComunitàItaliana — Como tem sido a atuação do ITA nos últimos anos para promover o made in Italy?
Riccardo Monti — Foram anos muito intensos. O ICE tinha sido abolido e o governo Monti decidiu relançá-lo, potencializando seus recursos e dando-lhe inclusive novas funções. Foi um desafio que exigiu muito empenho, mas também foi muito estimulante. A Itália é um país que vive de exportação. Um terço do PIB italiano depende das exportações. Muitas multinacionais faturam quase 300 bilhões de euros, o que representa a metade da economia italiana como investimento. Por isso, o órgão tem um papel muito importante. A outra complexidade desse desafio é que a promoção das exportações, antes, se fazia através das feiras. Mas agora existem diversos outros instrumentos. Nosso trabalho se tornou mais difícil. Antes, organizávamos feiras em diversas partes do mundo; e isso bastava. Agora, devemos fazer muitas outras atividades, como seminários. Trabalhamos muito no meio digital e muitíssimo com componentes menos tradicionalmente ligados à indústria manufatureira, como as startups e toda a economia digital;  com a alta administração, como os Ministérios do Ambiente e da Defesa, para a promoção do setor aeroespacial e da defesa. Nosso trabalho se tornou mais divertido, mas também mais complicado.

CI — O ITA está investindo muito na comunicação através da Internet. Vimos que foi criada especialmente para o público brasileiro uma página no Facebook que promove as excelências do made in Italy, como a gastronomia.
RM — Sim. O meio digital para nós tem um duplo valor. Por um lado, vale como instrumento moderno de comunicação e agregação. Tudo o que fazemos tem um componente digital. Agora, estamos promovendo uma grande campanha de publicidade dedicada ao italian food nos Estados Unidos. Mais de 65% da nossa comunicação é feita pelo meio digital naquele país. Outra coisa é a economia digital, representada pelas startups inovadoras, que a Itália também quer exportar. Há poucos dias, recebemos uma delegação brasileira importante de startups e investidores.

CI — Entre as várias startups italianas, poderia citar alguma que se destaca de modo especial?
RM — Temos um grande exemplo de sucesso, que é um dos maiores operadores de moda online, o Yooxs, nascido há poucos anos. Virou referência de business to business online do setor. É um exemplo de made in Italy moderno, líder mundial no setor online da moda.

CI — Podemos dizer que a Itália já saiu da crise?
RM — Estamos fora da recessão. Terminaremos o ano com 1% de crescimento, após cinco anos de decrescimento, um sinal importante. O índice econômico das famílias e das empresas subiu, a exportação vai bem, com 4%, 5% de crescimento. Esperamos chegar a 520 bilhões de euros em 2015, entre bens e serviços. É claro que estamos preocupados com a desaceleração das economias emergentes, mas, se olharmos o cenário geral, os fatores positivos são superiores aos negativos.

CI — Já o Brasil vive a situação oposta, e entrou em recessão…
RM — O Brasil é o nosso principal parceiro na América do Sul. É o país com a maior comunidade oriunda, inclusive mais numerosa do que os EUA, onde a Itália mais investiu, cerca de 20 bilhões de dólares, e onde as empresas italianas empregam quase meio milhão de pessoas. Portanto, o país continua sendo uma prioridade. Tem um mercado de 200 milhões de pessoas, que está no centro de uma geografia dinâmica, onde há margens de crescimento. Pensemos que a renda per capita é inferior a um terço do italiano, ou seja, tem grande potencial. É um país que tem tudo: uma boa estrutura demográfica, um setor primário muito forte, uma grande indústria de serviços, de turismo, bancos, seguros. O país precisa completar algumas reformas e fortalecer o seu setor manufatureiro, que responde por somente 10% do PIB. Para um grande país como o Brasil, é pouco. E a Itália quer estar ao lado do Brasil nesse desafio.

CI — De que forma a Itália poderia ajudar o Brasil?
RM — O Brasil precisa de multipolaridade. As atividades estão muito concentradas no sudeste. Deveria desenvolver mais o interior, o norte, o nordeste, a região amazônica. Nós, italianos, somos famosos por sermos pouco concentrados. Temos uma economia muito diversificada, com os setores automotivo, farmacêutico, espacial, de defesa, agroalimentar, têxtil etc. Aqui, por exemplo, existe um bom setor automotivo, mas o têxtil poderia se desenvolver. O Brasil é grande produtor de madeira, mas sua indústria mobiliária é muito limitada. A Itália pode fazer investimentos diretos. As empresas italianas são boas para fazerem joint ventures. A indústria automotiva brasileira, em sua fase inicial, foi praticamente criada pela italiana, com a Fiat e a Pirelli.

CI — Durante seminário para empresários brasileiros, na Fiesp, o senhor afirmou que é um bom momento para se investir na Itália.
RM  — Certamente. A Itália é um país que investe no Brasil há tantos anos, mas o desequilíbrio dessa relação é absurdo. Claro que não esperamos que seja equivalente. Porém, se 20 bilhões são investidos no Brasil, 200 milhões são investidos na Itália. Tais números refletem as diferenças da economia de 30 anos atrás; não a situação atual. Com as mudanças na China, muitos países estão descobrindo a diferença de se investir em países com a economia mais estável e madura, como os europeus. Mesmo que cresça menos, oferece menos riscos. Muitos grupos brasileiros poderiam considerar a Itália para investir na Europa e no Norte da África, seja para diversificar as bases geográficas, seja para se ter acesso a financiamentos a baixo custo. A Itália oferece uma boa base de exportação para atuar em direção à Comunidade Europeia e ao Mediterrâneo, junto ao Norte da África e ao Oriente Médio. É o segundo exportador europeu e conta com excelente suporte, como a nossa agência.

CI — Quais setores são os mais atrativos para os investidores brasileiros?
RM — O primeiro é o agroalimentar. O Brasil é um grande exportador de commodities agrícolas, um grande produtor e transformador de alimentos. Poderiam comprar empresas ou parte de empresas italianas, levando capital fresco e capacidade de crescimento. O segundo é o da mecânica. A Itália é um grande fornecedor de máquinas, especialmente agrícolas e agroalimentares. Há muitas empresas pequenas com capacidade de crescimento, nas quais as brasileiras poderiam investir. Por fim, temos o setor imobiliário. Nos últimos anos, aqui foram criadas grandes fortunas, por causa do boom imobiliário. E a Itália hoje é um país muito interessante, com um upside importante.

CI — O que falta para que as empresas brasileiras comecem a investir na Itália?
RM — Marketing! As empresas daqui pensam na Itália como um país do qual comprar tecnologia. Nós precisamos nos apresentar. Também falta potencializar os instrumentos de apoio financeiro. Se um grande grupo quisesse investir na Itália, existem instrumentos como cartas de empréstimos ou fundos de investimentos.

CI — Há algo de concreto sendo feito nesse sentido?
RM — Nós vamos abrir no Brasil, em março, um desk de investimentos para prestar assistência a potenciais investidores, em diversas fases, na pesquisa, na resolução de problemas, negociações e durante o follow up. Vai funcionar dentro do escritório do ICE de São Paulo. Será o primeiro da América Latina. Outros serão abertos em Istambul, Londres, Nova York e Dubai; depois, na China e no Japão.

CI — Por que esse esforço para atrair investidores não foi feito antes?
RM — A Itália nunca tinha feito um verdadeiro investimento desse tipo no exterior, o que foi um erro. Recebemos essa tarefa há um ano e esperamos ficarem prontos todos os instrumentos para fazer o marketing de forma correta. Este ano, estamos fazendo campanhas internacionais de marketing maiores e mais agressivas.   

Comunità Italiana

A revista ComunitàItaliana é a mídia nascida em março de 1994 como ligação entre Itália e Brasil.