Grand Hotel Savoia
Adoro hotéis de estilo antigão, que têm história e tradição. Em Gênova, cidade famosa pela massa ao pesto, pelo belíssimo aquário no porto e pelos compositores excelentes que nasceram e cresceram na cidade, existe um hotel que garante um charme a mais para a estadia: o Grand Hotel Savoia. Fica estrategicamente localizado perto da estação de trem, mas também fica perto do centrinho, onde se concentra a maioria das atrações. O lobby elegante já encanta, mas há várias características que o tornam inesquecível: a maravilhosa vista do terraço com jacuzzi, onde se toma o café da manhã, o SPA com cromoterapia, oferecido grátis para alguns tipos de quarto, o barco do pirata onde as crianças podem brincar e a possibilidade de pedir room service da deliciosa trattoria do lado, a Tralalero. Para finalizar, o Grand Hotel Savoia, apesar de ser cinco estrelas, tem preços amigos. Precisa de mais?
Estereótipos
Muitos conhecem a famosa anedota sobre paraíso e inferno europeu. O paraíso seria um lugar onde os policiais são ingleses; os mecânicos, alemães; os cozinheiros, franceses; os amantes, italianos, tudo organizado pelos suíços. Ao contrário, o inferno seria um lugar onde os policiais são alemães; os mecânicos, franceses; os cozinheiros, ingleses; os amantes, suíços; e tudo organizado pelos italianos. Como todos os estereótipos, é uma piada injusta, que generaliza as nações e as pessoas. Ora, mas todos os suíços são organizados e todos os italianos desorganizados? Todos os amantes italianos são sublimes e os suíços péssimos? Todos os ingleses cozinham mal? Cadê a personalidade única de cada ser humano em uma nação?
Odeio estereótipos. Segundo eles, brasileiro tem que estar sempre animado e sambando. E italiano tem que falar mexendo com as mãos. Por isso, a princípio, fiquei brava com a resposta de uma amiga quando lhe disse que achava que meu namorado falava muitos palavrões e que eu não via aquilo como algo muito positivo, principalmente quando há crianças em jogo.
Ela veio com sua teoria:
“Mas, Claudia, veja bem, não existiria por trás desse uso de palavrões exagerado uma questão cultural?”
Primeiro, fiquei brava. Ora, mas todos os italianos falam palavrões? Não vale generalizar! Depois comecei a pensar em vários italianos que conheço. A começar por meu avô materno. Não é que ele usava sempre palavrões. Mas, certa vez, todo animado, fazia uma vitamina de abacate com leite e, ao beber, percebeu que tinha colocado sal ao invés de açúcar. Sai de baixo! Além de perder as estribeiras, usou todo o seu arsenal de palavras chulas.
Basta andar de ônibus na Itália — um bom termômetro para conhecer um povo — para perceber que o gene nervosinho e desbocado tem um pé na Itália. Várias vezes, peguei alguém brigando com a cara metade pelo celular e despejando os maiores impropérios.
Os palavrões italianos parecem não acabar nunca. Muitos são blasfemos, não poupam ninguém na hora da ira. Não vou entrar no mérito, mas se fizesse uma lista, daria várias páginas desta coluna.
Então, voltando à teoria da minha amiga, e analisando o comportamento que vejo nas ruas de uma boa parte da população (mas longe de generalizar), resolvi dar uma parte de razão a ela. Agora, ao invés de ter sobressaltos a cada palavrão que meu namorado diz, tento manter um comportamento blasé, e digo cá com meus botões: “Relaxa, Claudia, é apenas uma questão cultural” …